Mais de 50 alunos da Escola Estadual Alexandre Ferreira Mendes, no Bairro Boa Esperança, em Cuiabá, participaram de uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT) que debateu o feminicídio, nome dado aos crimes que resultam na morte de mulheres por questões de gênero.
Conforme a coordenadora pedagógica da escola, Cristiane de Novais, a participação faz parte de uma extensão ao que vem sendo debatido em sala de aula com os estudantes do 3º Ano do Ensino Médio.
“O feminismo está sendo trabalhado na disciplina de Filosofia, então, o debate veio de encontro com o que está sendo debatido na escola. O feminicídio é um tema atual, grave e que merece a atenção dos estudantes em formação”, lembrou.
Conforme a educadora, a unidade tem trabalhando a conscientização no dia a dia. “Abordar esse tema fora da escola é importante para que os estudantes entendam que é um assunto em alta na sociedade, que o respeito deve acontecer independente do gênero, sexualidade, raça”.
A aluna Bruna de Souza Reis, de 16 anos, conta que já está familiarizada com debates de feminismo e empoderamento feminino. “Mas essa audiência foi muito esclarecedora, foi incrível ter esse entendimento fora da sala de aula e com tanta gente que entende do assunto”, explica.
Para ela, a escola assume um papel fundamental na construção de uma sociedade igualitária. “Temos que começar na escola e, em seguida, levar para a nossa família, para a comunidade. Só assim teremos um resultado positivo”.
Apoio
Para Ana Carolina de Jesus Costa, técnica da Superintendência de Educação Básica da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), é hora de levar até as escolas a reflexão sobre assuntos marginalizados na sociedade.
“A Seduc tem uma missão incansável de fazer essa reflexão, de fazer a nossa contribuição para a formação dos estudantes que estão dentro das nossas unidades e formá-los”, lembrou.
Uma das formas, segundo ela, é que essas ações fiquem previstas no Projeto Político-Pedagógico (PPP) das escolas. “Temos que debater o machismo, a violência doméstica e todo esse recorte que o tema abrange”.
Por outro lado, Ana Carolina explica que as escolas têm autonomia para trabalhar esses temas. “A Seduc é uma ponta de apoio, mas as gestões podem inserir esses debates na comunidade escolar, temos tantos pontos de vulnerabilidade que acontecem dentro das escolas e das suas diversidades educacionais”.