Do isolamento à solidão. Quem são os mais afetados?

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Por Fabiana Cardoso, líder de Diversidade e Inclusão da IBM Brasil

Em tempos de incerteza, como na pandemia do COVID-19, a solidão se torna quase onipresente, especialmente quando as conexões precisam inesperadamente ser virtuais. A ameaça de isolamento e solidão está se aproximando de uma ampla faixa da população mundial, derivada da necessidade generalizada de distanciamento físico e social sem precedentes para tentar interromper a transmissão a curto prazo de uma doença, para o bem da população e da sociedade.

Muitos de nós apreciamos a oportunidade ocasional de nos desconectar, dando a nossa mente e corpo a chance de nos recarregar diante dos excessos de um mundo cada vez mais barulhento. Porém, quando o isolamento se torna prolongado e solitário, os resultados podem ser prejudiciais e potencialmente devastadores, especialmente para os idosos.

O aumento do envelhecimento populacional é bem conhecido e documentado. Segundo dados recentes das Nações Unidas, até 2050, uma em cada seis pessoas no mundo terá mais de 65 anos (16%), em comparação com uma em cada 11 em 2019 (9%). E a expectativa é que o número de pessoas com 80 anos ou mais triplique, de 143 milhões em 2019 para 426 milhões em 2050. No Brasil, em 2060, um quarto da população (25,5%) deverá ter mais de 65 anos, segundo o IBGE. Com esse aumento de cidadãos mais velhos, existe o potencial de uma crescente população solitária, lutando com a necessidade de reconstruir e recuperar seu capital social, mas sem os meios para fazê-lo.

Considerando que as possíveis fontes de apoio para aqueles que se sentem isolados são necessariamente focadas na tecnologia, realizamo5entrevistacougrupglobal de profissionais médicos, assistentes sociais, pesquisadores acadêmicos, funcionários de governo, tecnólogos, incluindo também a ‘Campanha para acabar com a solidão’, um grupo que fornece aconselhamento para se manter envolvido com amigos, familiares e vizinhos, para entender como podemos resolver esse problema:

Solidão antes de uma crise
Para qualquer idade, a solidão é mais do que um estado mental: é um fator de risco que tem implicações no bem-estar pessoal, econômico e social. E durante uma crise como a pandemia do COVID-19, na qual os governos implementam o auto-isolamento e a orientação de distanciamento social, o problema da solidão é ainda mais agravado.

Esforços
Esforços consideráveis foram feitos nos últimos anos para resolver esse problema, como por exemplo, a nomeação no Reino Unido do primeiro ministro da solidão no mundo. Os especialistas em envelhecimento que entrevistamos recentemente confirmam que esses esforços estão valendo a pena com as partes interessadas, desde governos a grupos de defesa, prontos para a crise e aumentando rapidamente o apoio aos mais vulneráveis em nossa sociedade.

A tecnologia complementa as soluções presenciais
A pandemia do COVID-19 aumentou a necessidade da tecnologia como parte essencial dos mecanismos de suporte. As plataformas tecnológicas podem ser usadas para unir voluntários e para ajudar os idosos que se sentem sozinhos.
Dados podem ser combinados com a experiência profissional e pessoal dos aposentados em soluções personalizadas que ajudam a combater a solidão e o isolamento com interação e inclusão.

E a tecnologia pode ajudar a fornecer essas soluções em escala.

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