A Delegacia de Crimes Fazendários (Defaz) intimou a servidora da Saúde de Cuiabá Elizabete Maria de Almeida a comparecer à unidade policial, nesta quinta-feira (19), para prestar esclarecimentos sobre a acusação de que o prefeito Emanuel Pinheiro ofereceu propina a vereadores de Cuiabá.
A defesa de Elizabete, no entanto, afirmou que ela pode não comparecer à delegacia por motivos de saúde.
A Defaz também estabeleceu prazo de 48 horas para que ela apresente os vídeos e imagens que comprovariam um suposto pagamento de propina.
O documento foi assinado pelo delegado José Ricardo Garcia Bruno no dia 16 de dezembro.
A servidora lavrou um boletim de ocorrência Defaz no dia 28 de novembro. Às autoridades, ela relatou que esteve em um jantar na casa do vereador Juca do Guaraná (Avante) e presenciou o prefeito oferecendo R$ 50 mil mais 20 cargos comissionados a vereadores para “agilizar” a cassação do vereador Abílio Júnior (PSC), que responde a um processo na Comissão de Ética do Legislativo Municipal.
Conforme o advogado Emerson da Silva Matos, que faz a defesa da servidora, ele deverá apresentar as provas ainda nesta semana.
“É provável que eu vá entregar o material que ela tem. Eu não sei [o que ela tem], mas o que ela tiver eu vou entregar”, disse o advogado.
Ele lembrou que a servidora, que atua no Recursos Humanos do Hospital São Benedito, está afastada do trabalho até dia 11 de janeiro por problemas psiquiátricos.
“Eu vou conversar com a psiquiatra dela ainda hoje pela manhã para ver se ela tem condições psíquicas de depor. Se não tiver, vou pedir à autoridade policial que marque uma nova data”, afirmou o advogado.
“Ela encontra-se de atestado por motivo psiquiátricos. Em que pese não há no atestado restrição de ela prestar depoimento, mas espero que a autoridade policial entenda o caso dela. […] Mas assim que ela tiver em condições de prestar depoimento ela irá prestar depoimento sim”, explicou.
Acusação da servidora
A servidora registrou boletim de ocorrência na Delegacia Fazendária na última quarta-feira (27). Segundo seu relato, os vereadores Chico 2000 (PR), Ricardo Saad (PSDB) e o ex-vereador e suplente Oseas Machado estiveram em um jantar na casa de Juca no dia 21 de novembro.
Ela afirma ter chegado ao local por volta das 23h e disse ter identificado os políticos e percebido que a reunião ali se tratava da “compra” dos parlamentares para que votassem a favor da cassação de Abílio, que é um dos maiores opositores de Emanuel e está em rota de colisão com boa parte dos colegas de Parlamento.
No documento, ela afirma que ouviu o prefeito oferecer a quantia de R$ 50 mil e mais 20 cargos comissionados para os parlamentares votarem contra Abílio.
Emanuel Pinheiro e os vereadores negam a existência da propina. O prefeito chegou a dizer que a abertura de uma investigação pela Defaz – a pedido do Naco (Núcleo de Ações de Competência Originária) do MPE – será um momento de provar que não tem envolvimento com o caso.
Fonte: Midia News