Cuiabá registra recorde de calor em agosto, com 41,8°C

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Cuiabá registrou, em 2020, o recorde de calor para o mês de agosto dos últimos 60 anos. A temperatura chegou a 41,8° C, no mês passado. Historicamente, a última que vez que o período registrou um clima tão quente foi em 1960.

Desde então, não houve um mês de agosto tão quente quanto o deste ano.Entre 1960 e 2009, nunca havia registrado em agosto uma temperatura acima de 40°C. De 2010 a 2020, as temperaturas ultrapassaram os 40°C por dezoito vezes. Dessas, nove foram este ano.

Um dos principais fatores das temperaturas mais altas neste ano é o anticiclone, uma região de pressão que o ar quente e seco chega de cima.

O Segundo o professor de climatologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques, Cuiabá não terá chuva pelos próximos dias por duas condições: o anticiclone atuando no centro de Mato Grosso e a falta do corredor de umidade que deveria sair da Amazônia para o estado.

Segundo o 9° Distrito de Meteorologia, a última chuva em Cuiabá foi no dia 22 de maio. Ou seja, já são mais de 110 dias sem chuva.

O anticiclone está há muito tempo centrado em Mato Grosso e o ar que já estava muito seco quando chega de cima para baixo, aquece mais.

Além disso, foram registradas poucas frentes frias e o ar ficou muito tempo sendo aquecido continuamente.

Segundo os climatologistas, as frentes frias estão muito localizadas no sul do país e não estão conseguindo avançar.

Este recorde de temperatura era esperado para o mês de setembro, mas se adiantou em agosto.

Rodrigo explica também que o período de queimada contribui para a má qualidade do ar. Segundo o professor Rodrigo, Cuiabá vem registrando muitos focos de incêndios urbanos, o que leva à formação de uma camada densa de fumaça pela cidade.

“Mesmo que Cuiabá esteja um pouco acima do Pantanal, ela está muito abaixo de Chapada dos Guimarães. A fumaça do Pantanal chega é transportada a cidade. Lembrando que também estão acontecendo muitas queimadas urbanas na capital e esse tipo de ação é proibido durante o ano inteiro”, ressalta.

Um monitoramento feito pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) no ano passado, consta que a maior concentração foi de 70mcg/m3 que é acima do que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda.

Se a população for exposta por muito tempo nessa concentração, aumenta 15% a possibilidade de morte por problema cardiovascular.

Fonte: G1 MT

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