Cuiabá é a terceira capital do país a ter piores calçadas para caminhar, segundo pesquisa Calçadas do Brasil 2019, da organização Mobilize Brasil, que luta por melhor qualidade da mobilidade urbana no país.
A média de Cuiabá é de 4,79 e está na 25º posição do ranking das 27 capitais. A nota é tida como baixa pela organização, que considera um padrão mínimo de 8 em uma escala de zero a dez.
Segundo a professora e arquiteta Doriane Azevedo, que coordena a pesquisa em Cuiabá, a modernização na Capital mato-grossense exclui o pedestre.
“A Cuiabá de hoje é completamente diferente daquela que eu conheci na minha juventude, especialmente na área da mobilidade e em relação à paisagem urbana. O Centro da cidade foi totalmente descaracterizado, nas formas, conteúdo e diálogos com o entorno. E os novos parques já nasceram excludentes, no mínimo pela dificuldade de acesso”, afirma.
As piores avaliações foram a praça Bispo, a avenida Principal do bairro Primeiro de Março, próximo a quadra urbana de equipamentos comunitários, e a sede da Secretária de Serviços Urbanos, na avenida dos Trabalhadores. Já as melhores foram na praça Alecanstro, Assembléia Legislativa e Escola Municipal Prof. Firmo José Rodrigues, na avenida A, do bairro Três Barras.
Na pesquisa, a falta de Placas de Orientação é o quesito mais mal avaliado. Recebe uma média de 0,37. Em seguida, vêm à falta do funcionamento adequado de semáforos com uma média 0,41.
Rampas de acessibilidade para cadeirantes e mobiliário urbano também foram mal avaliados. Respectivamente, receberam uma média de 2,5 e 2,61. Faixas de travessia para pedestres tem média de 2,87.
A falta de árvores ou paisagismo também foi um ponto tido como precário. Tem uma média de 3,74. Este último item, a organização destaca como um “fator fundamental para o conforto do caminhante nos dias mais quentes”.
Recebeu médias baixas e regulares nos quesitos Ruído Urbano (4,41) e Poluição do Ar (5,74). Cuiabá também recebeu notas medianas em relação à Regularidade do piso (6,09), Largura das Calçadas (7,30) e também no item Barreiras e obstáculos (6,35).
Nenhuma das capitais conseguiu atingir a nota aceitável. Segundo a organização, a média nacional entre todas as 27 capitais ficou em 5,71. “É baixa, sobretudo porque desta vez foram avaliados apenas o entorno das edificações mantidas diretamente pelo poder público, supostamente melhor fiscalizadas”, aponta pesquisa.
Mesmo com nota baixa, o resultado de 2019 é melhor do que o de 2012-2013, quando a média nacional foi de 3,47, na primeira edição da pesquisa.
Fonte: RD News