Eles são a sensação do momento em toda a Baixada Cuiabana e, na manhã desta terça-feira (10), levaram muita animação para os servidores e pacientes do Hospital São Benedito: o Corpo Musical da Polícia Militar, com suas canções dançantes e a simpatia de seus integrantes fez a alegria de todos que prestigiaram o pocket show organizado pelo Projeto Acolher, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar da unidade, que coloca em prática a principal premissa da gestão Emanuel Pinheiro, que é a humanização. A apresentação ocorreu no terraço do hospital, de onde os pacientes também podiam prestigiar o som que subia pelas janelas.
O evento teve como objetivo transmitir conforto emocional aos profissionais da saúde e comemorar o Dia dos Pais. Há cerca de um ano e meio, com a pandemia de covid-19, as atividades do Projeto Acolher estavam suspensas, mas retornaram com esse evento.
“Pensando que o Corpo Musical da PM tem desenvolvido esse trabalho de trazer um pouco de descontração e harmonia, a gente pensou que isso teria tudo a ver com o objetivo do Projeto Acolher e, então, nós os convidamos, pensando na proximidade com o dia dos pais”, disse Flávia Guedes, psicóloga do hospital e vice-presidente do Projeto Acolher.
O enfermeiro Benedito de Arruda, que trabalha no Hospital São Benedito desde 2015, conta que a apresentação do Corpo Musical da PM foi uma ótima iniciativa. “Foi muito interessante fugir um pouco da realidade dessa pandemia, que não é fácil. É um momento de alegria pra equipe de enfermagem”, disse. Ele conta que é pai de coração de dois sobrinhos que ajuda a criar e que, por conta do trabalho, acaba não tendo muito tempo para relaxar com a família. “Nós ficamos mais tempo fora de casa do que com a família. E isso é um alívio mental pra gente”, conta.
Quem também aprovou o pocket show foi Jonathan Ferreira, gerente administrativo do Serviço Especializado de Segurança em Medicina do Trabalho do Hospital São Benedito (SESMT). “Sou pai aos 30 anos de idade e é gratificante receber essa homenagem dentro do hospital, que vem trabalhando dia a dia para levar saúde, ainda mais sendo referência em tratamento da covid. Eu tenho orgulho de carregar a certidão da minha filha, por ser uma cuiabana, e por estar nessa gestão que leva humanização aos quatro cantos de Cuiabá”, afirma.
Enquanto servidor que atua na segurança e medicina do trabalho, Jonathan assevera que “os colaboradores são o nosso maior prazer, o nosso maior presente porque eles que levam qualidade de vida para os pacientes e a gente vem trabalhando o trabalho psicológico, o acolhimento dos colaboradores, principalmente neste momento em que eles precisam do aconchego de todos porque aqui poderia estar meu pai, minha mãe, meu irmão e pode ter certeza que esse paciente será cuidado com a maior qualidade possível. E nós agradecemos por essa linda iniciativa do Corpo Musical da PM estar aqui trazendo o melhor pra gente”.
Projeto Acolher
De acordo com Flávia Guedes, vice-presidente do Projeto Acolher, esse trabalho começou em 2017, após a identificação de alguns problemas entre os profissionais da comunidade hospitalar, como estresse, problemas nas relações interpessoais e queda de produtividade. “A partir dessas demandas, a gente pensou em um projeto que pudesse trazer um conforto emocional, seja ele promoção em saúde, um processo de capacitação, de formação e até um suporte emocional, social ou religioso”, lembra.
Com isso, todos os meses foram realizadas atividades diversas, como capacitações, palestras, eventos, cafés da manhã, entrega de lembrancinhas e, quando necessário, até mesmo encaminhamento para tratamento de saúde física e mental na rede municipal ou em parceria com a rede privada.
Isso porque, conforme a psicóloga, a condição do profissional da saúde acaba impactando no tratamento dispensado aos pacientes. “Pela nossa observação, os dois lados estavam sendo afetados. O paciente precisava de um suporte humanizado, empático e acolhedor e nada mais justo do que a gente trabalhar isso com esse servidor que está na linha de frente. Ele também sofre, ele também tem sentimentos e emoções. Então a gente tem que valorizar essa dor do nosso colega acolhendo, fornecendo assistência”, destaca Guedes.
O trabalho se reverteu em um atendimento mais humanizado para os pacientes. “Tem familiares e pacientes que trazem cartinha de agradecimento, nomeando, personalizando quem o atendeu, e isso pra gente é muito bom”.