O ex-secretário de chefe da Casa Civil, Paulo Taques, citado em depoimentos como o “responsável jurídico” da empresa EIG Mercados, é o advogado de um dos principais investigados na Operação Bereré: o deputado estadual Mauro Savi (PSB).
Na procuração que o Gazeta Digital teve acesso, Mauro Savi autoriza Taques a lhe defender.
“Outorga-lhe os poderes da cláusula ad judicia em geral, e, em especial, para representar o outorgante perante o Ministério Público e nos órgãos da Polícia Judiciária Civil, ambos deste Estado”, diz trecho do documento assinado no dia 19 de fevereiro – mesmo dia da deflagração da Bereré.
De acordo com as investigações, Savi seria o responsável pelas indicações políticas no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) durante o governo Silval Barbosa. Ele seria um dos principais beneficiados no esquema de propina na autarquia.
O ex-deputado José Riva disse em seu depoimento na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), que chegou a ser convidado por Savi para participar do esquema em 2010. Riva alegou aos delegados não ter se interessado e nem procurado novamente por Savi para avançar na concretização dos repasses.
O ex-deputado também disse em seu depoimento que Savi teria lhe confidenciado que “as propinas do Detran não ficavam só para ele, eis que tinha que dividi-la com Pedro Henry, Eduardo Botelho e até para Paulo Taques”. Mauro Savi nega todas as acusações.
Mauro Savi e mais 16 pessoas tiveram bloqueio de mais de R$ 27 milhões das contas.
Já Paulo Taques foi citado pelos empresários Roque Anildo Reinheimer e Marcelo da Costa e Silva. Eles disseram à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual, que o escritório de advocacia que tem como um dos sócios o ex-secretário Paulo Taques seria o responsável por tratar de assuntos relacionados à empresa em Cuiabá.
Paulo Taques nega que nunca advogou para a empresa, assim como o seu escritório.
Crédito: Pablo Rodrigo, Repórter do Gazeta Digital