Imagens de câmeras de segurança poderão desvendar o mistério em torno do desaparecimento e morte do aposentado Isael Lourenço. O corpo foi localizado na manhã deste domingo (29), data em que completaria 82 anos, após ficar 10 dias desaparecido. Com ajuda de cães farejadores, soldados do Corpo de Bombeiros e familiares se depararam com o cadáver, em adiantado estado de decomposição, em área de mata nativa, cerca de 800 metros da avenida Juliano Costa Marques. Segundo a delegada Eliane Moraes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a partir desta segunda-feira (30) serão buscadas e analisadas as imagens de câmeras de segurança em vias e residências próximas do acesso a mata, tanto dos edifícios como pelo lado do Parque Massairo Okamura.
Nem o aparelho celular, nem a carteira com documentos estavam junto ao corpo, reconhecido por um dos filhos pelas vestes. Segundo perícia do Instituto de Medicina Legal (IML), laudo preliminar aponta que a vítima não teve morte violenta, pois não há sinais de fraturas ou disparos de arma de fogo.
Quanto ao período em que ocorreu a morte há uma estimativa de que tenha ocorrido há menos de 10 dias. Mas fatores como calor intenso e chuvas que ocorreram no período prejudicam a análise. Dois dias antes, na sexta-feira (27), familiares já haviam feito buscas na região, com ajuda de cães farejadores fornecidos por amigos que se sensibilizaram com o desaparecimento, amplamente divulgado pelas redes sociais.
A escolha do ponto deveu-se ao fato de ter sido naquela região onde se verificaram os últimos sinais emitidos pelo celular de Isael. De acordo com a delegada Eliane Moraes, os sinais deixaram de ser emitidos na data em que o idoso saiu de casa para ir a um mercado e não mais retornou. Junto ao corpo só foi localizada a capa do aparelho.
Isael deixou a casa em que residia com a esposa, no bairro Pico do Amor, na manhã do dia 19 de setembro, uma quintafeira. Iria fazer compras no mercado, o que era rotina para ele pois, segundo familiares, era uma pessoa ativa e lúcida. Mas a demora em retornar deixou a esposa preocupada e ela acionou os filhos. Por volta das 15h30 chegaram a telefonar para Isael, que por duas vezes atendeu a ligação mas aparentava estar confuso, não sabendo explicar onde estava.
Familiares procuraram o Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD), da Polícia Civil, que registrou o fato e passou a divulgar a foto do aposentado nas redes sociais. Com a ampla divulgação na imprensa surgiram várias informações de que ele teria sido visto circulando pela cidade, inclusive em coletivos na região da avenida Rubens de Mendonça (CPA), próximo da região em que o corpo foi encontrado.
Mas, apesar das diligências da Polícia e das buscas de familiares e amigos, somente na manhã de domingo elas terminaram, de forma trágica. Para a Polícia, as imagens de câmeras poderão desvendar o mistério de como a vítima chegou a um ponto tão distante, como estava e quando isto ocorreu. No final da tarde familiares buscavam documentação odontológica para fazer a comparação e o reconhecimento oficial do corpo para liberação. Caso contrário será feita por meio da análise das impressões digitais.
Fonte: Silvana Ribas | A Gazeta | O Bom da Notícia