OS QUERIDINHOS
No reajuste de rota que fez na condução do governo, mirando o projeto de reeleição em 2022, o presidente Jair Bolsonaro tirou o foco das “estrelas do time”, que dominaram a primeira fase de sua gestão, e passou a dar destaque a dois ministros chamados de “tocadores de obras da Esplanada”. Enquanto o superministro da Economia, Paulo Guedes, coleciona batalhas internas perdidas, Tarcísio de Freitas, titular do Ministério da Infraestrutura, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, veem o prestígio político aumentar no Palácio do Planalto.
COISAS DA POLÍTICA
Enquanto a dupla Tarcísio de Freitas e Rogério Marinho costuma ser elogiada por Bolsonaro pela capacidade de fazer entregas justamente no momento em que ele trabalha para aumentar a popularidade fora da bolha da internet e planeja ao menos uma viagem por semana, Guedes faz o contrário. A dupla mais resolve problema do que cria. Enquanto isso, o ministro da Economia continua em processo de fritura em fogo brando.
GIRO PELO BRASIL
Em um mês, Bolsonaro fez 12 viagens a 11 Estados nos quais adotou ritmo de campanha e gestos típicos de candidato, como posar com chapéu na cabeça, em busca do seu eleitorado. E Bolsonaro não chega de mãos vazias. Em cinco desses trajetos, ele estava acompanhado de Marinho. O giro pelo Brasil começou no dia 30 de julho com uma viagem a Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, onde o presidente entregou parte da segunda etapa do sistema de abastecimento de água. Nesta semana, há a previsão de uma viagem para o Vale do Ribeira. Marinho, mais uma vez, deve acompanhá-lo.
NO VÁCUO
O ministro Paulo Guedes ainda tenta roubar a cena, mas está falado demais. Ele disse hoje que a queda de 9,7% do PIB é ”som distante”. Para o ministro, a economia brasileira já está ”voltando em V” da queda observada no início da pandemia, e vai cair menos que 5% no fim do ano. Guedes tanta minimizar o baque de 9,7% registrado no segundo trimestre deste ano. Ele garante que a economia brasileira já está se recuperando da crise do novo coronavírus. As vozes opositoras irão se levantar contra em mais uma polêmica, certamente.
SEM CLIMA
A notícia de que o procurador Deltan Dallagnol deixa o comando da Lava-Jato, em Curitiba, baixou aqui em Brasília sem alvoroço. Deltan alega problemas familiares como peso maior na decisão, mas é bem possível que o procurador tenha sentido os desgastes internos e tenha perdido o clima. Certamente, Deltan pegará licença prêmio e sumirá do mata por alguns meses.
NO CLIMA
O procurador Alessandro de Oliveira será o substituto de Dallagnol na Lava-Jato de Curitiba. Especializado no combate à corrupção, tem apoio de integrantes da operação e parece-me menos polêmico que Dallagnol. Fernandes tem experiência no combate ao crime organizado, corrupção e lavagem de dinheiro e atualmente integra o Grupo de Trabalho Lava Jato na Procuradoria-Geral da República (PGR).
BATATA QUENTE
O procurador-geral da República, Augusto Aras, decide nos próximos dias o destino da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná. Ele pode prorrogar ou não os trabalhos. Ao receber um manifesto de oito integrantes do Conselho Superior do MPF, Aras disse que “tem responsabilidade com o futuro da instituição” e alegou que convocará uma sessão extraordinário para tratar do tema.