O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso (CRMV-MT) alertou, nessa segunda-feira (19), que não há evidências científicas de que animais de companhia são fonte de infecção do coronavírus para humanos. O anúncio foi feito depois que o primeiro caso de Covid-19 em animal no Brasil foi registrado em Cuiabá, na última semana.
O teste deu positivo para coronavírus em uma gata de estimação, que contraiu a doença dos tutores dela.
Segundo o CRMV-MT, não há evidência científica de que animais sejam vetores mecânicos ou possam carregar o vírus, ou que o vírus possa se replicar nos animais.
“O que observa-se, desde o surgimento da pandemia, é que os poucos animais com a infecção podem ter sido infectados por humanos, por meio do contato direto, e não o inverso”, afirmou o conselho.
Ainda de acordo com a nota, o CRMV-MT entende que, neste momento, não há nenhuma necessidade de alteração nos cuidados em relação à saúde dos animais de estimação (cães e gatos).
“A orientação é que os tutores mantenham a alimentação balanceada, água fresca abundante, os calendários de vacinação e a higiene (banho e tosa). Sendo assim, não existe necessidade de medo ou pânico com relação aos gatos e cães desenvolverem ou transmitirem o coronavírus que infecta os humanos. E em caso de emergência médica procurar um profissional médico-veterinário”, ponderou.
Primeiro caso
O animal testou positivo pelo exame molecular de PCR, feito na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Segundo a pesquisadora, Valéria Dutra, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da universidade, a gata não tem sintomas do coronavírus.
Apesar de ser veterinária, Valéria foi convocada para testar pessoas no Hospital Universitário Julio Müller, na capital, porque ela faz parte de um grupo de estudos em testes de PCR.
O material deste animal será enviado para dois laboratórios, um no Paraná e outro em Minas Gerais, para confirmação do diagnóstico e possível detecção de anticorpos, por meio da sorologia.
Os donos da gata que teve a confirmação da doença também estavam com coronavírus e tinham alta carga viral.
Segundo a veterinária, a gata foi infectada porque teve contato com os donos durante o período de isolamento deles.
O animal pertence a um casal com um filho pequeno. Todos foram infectados em uma festa de família, em setembro. Os pais adoeceram, mas a criança ficou assintomática, assim como o animal.
“O CRMV-MT reforça que em vez de perigo, os animais domésticos podem ser muito benéficos para a saúde, existem evidências científicas de que gatos e cães melhoram e enriquecem a vida e a saúde das pessoas. Além disso, eles podem ser de grande apoio psicológico para as famílias, reduzindo os níveis de estresse, algo de grande apoio em momentos de distanciamento social”, finalizou a entidade.