Alta da inflação prejudica imagem de Bolsonaro e pode respingar em Paulo Guedes

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FANTASMA DA INFLAÇÃO

O Palácio do Planalto acendeu o sinal de alerta com a disparada da inflação. O temor é que a carestia no preço dos alimentos prejudique os planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro em 2022. Comenta-se que pesquisas internas do Planalto já apontam descontentamento da população com o forte aumento do custo de vida. A expectativa é de que se cumpram as promessas do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que têm assegurado que a disparada da inflação é temporária.

SEM VOLTA

De tanto afirmar que é candidato a presidência da Câmara, o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL) está num caminho sem volta. O grupo dele calcula conseguir 180 votos como ponto de partida. Já tem, hoje, as bancadas de PP, PL (antigo PR) e PSD, que compõem o núcleo do Centrão, e outros pequenos partidos. Nesta semana, o parlamentar começou a procurar, mais abertamente, os partidos de esquerda e ainda investe em legendas ligadas ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Será que emplaca sem a benção de Bolsonaro? O risco, nesse caso, é Lira dividir aliados em duas candidaturas e perder a eleição para o candidato apoiado por Maia.

DISPUTA INTERNA

No entanto, Arthur Lira ainda terá que vencer uma disputa interna no PP contra o colega de sigla, Aguinaldo Ribeiro, da Paraíba. Ribeiro foi ministro das Cidades de 2012 a 2014, está na Câmara desde 2011 e agrada a Rodrigo Maia. Outro deputado que cresce na disputa é Fábio Ramalho (MDB-MG), que tem força no baixo clero e que pode influenciar o 2º turno na disputa. Nas eleições de 2019, ele ficou em 2º lugar com 66 votos contra 334 de Maia que saiu vencedor. O deputado federal também tem apoio dos que se queixam das sessões virtuais, que privilegiam os líderes.

HARMONIA

Independente da disputa pela presidência das duas casas legislativas, o presidente Jair Bolsonaro parece correr por fora sem criar atritos. Ele até fala em harmonia entre Executivo e Legislativo. “Hoje, tem um perfeito relacionamento entre nós (Executivo e Legislativo), e ninguém vai destruir esse nosso relacionamento, porque nós temos como norte o Brasil acima de tudo”, disse Bolsonaro. Resta saber se essa trégua irá perdurar quanto pipocar o processo de escolha dos novos gestores da Câmara e do Senado.

DISPUTA DE EGOS

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, foi demitido pelo presidente Bolsonaro. O cargo dele era um dos que deveriam entrar na reforma ministerial inicialmente prevista para fevereiro. O mais cotado para assumir seu lugar é o presidente da Embratur, Gilson Machado. A queda foi atribuída ao ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Os dois vinham divergindo internamente porque o ministério passou a ser citado como moeda de troca por apoio no Congresso. Deu no que deu!

FÔLEGO PARA DEFESA

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar apenas no ano que vem o pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE) de unificar quatro ações que investigam supostas irregularidades na vitoriosa campanha de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão à Presidência da República, em 2018. Também ficou para 2021 a decisão sobre a quebra de sigilo bancário e fiscal do empresário Luciano Hang e de empresas que estão sendo investigadas por disparo de mensagens em massa. Dentro do TSE, a avaliação é a de que a pauta das três sessões plenárias que ainda restam neste ano está congestionada.

A VEZ DE MT

É forte o comentário, aqui em Brasília, de que um desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) está no topo da lista para ocupar a vaga do ministro Felix Fischer no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O magistrado mato-grossense teria, inclusive, apoio de três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para ocupar o posto, até então, inédito para alguém oriundo de Mato Grosso. Por enquanto, o nome segue em sigilo. Fischer foi presidente do STJ entre agosto de 2012 e setembro de 2014. É ministro do STJ há mais de 20 anos, tendo ingressado no tribunal em 17 de dezembro de 1996. Está afastado desde julho por problemas de saúde, mas pode permanecer ministro até agosto de 2022, quando completam os 75 anos que obrigam a aposentadoria.

DECISÃO POLÊMICA

O governo decidiu zerar, a partir de 1º de janeiro de 2021, a alíquota de importação de revólveres e pistolas. Com o fim da taxa de importação, o Brasil coloca essas armas de fogo numa lista de exceção para produtos com tarifas diferentes daquelas adotadas por países membros do Mercosul. O tratado adota uma Tarifa Externa Comum para uma série de bens, permitindo a um país membro adotar uma lista de exceção para alguns produtos. Atualmente, a importação de armas de fogo tem uma alíquota de 20% sobre o valor do produto. Nem é preciso dizer que a decisão vai criar um bafafá danado.

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