Muito além das efemeridades da Copa do Mundo, o Brasil mostra seu 7 a 1 mensalmente com os números do agro [que nunca deixou de ser pop], mais do que isso, é fundamental ao país em amplos aspectos.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Brasil as exportações do agronegócio somaram US$ 9,08 bilhões, em março, registrando crescimento de 4,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando as vendas foram de US$ 8,73 bilhões.
Apesar do decréscimo de 3,4% em comparação à safra passada, o número é considerado elevado considerando a média de produção no país em condições climáticas normais
Ainda segundo os relatórios, as importações de produtos do setor alcançaram US$ 1,29 bilhão, como resultado, a balança comercial do setor registrou saldo positivo da ordem de US$ 7,79 bilhões.
O pop pode ser constatado pela obviedade dos números, os produtos do agronegócio representaram 45,2% do total das vendas externas brasileiras no mês, com aumento de quase dois pontos percentuais de participação comparado a março do ano passado.
Assim, o MAPA comemora mês a mês, e expõe os êxitos do campo. Produtos de origem vegetal foram os que mais contribuíram para o crescimento das exportações do setor, com incremento de US$ 417,08 milhões, principalmente em função de produtos florestais, cujas vendas externas foram US$ 374,49 milhões superiores. Se destacaram outros setores, como sucos (+US$ 107,51 milhões); cereais, farinhas e preparações (+US$ 93,55milhões); fumo e seus produtos (+US$ 78,84 milhões) e fibras e produtos têxteis (+US$ 27,97 milhões).
Quanto ao valor exportado destacaram-se: complexo soja (44,3%), carnes (14,8%), produtos florestais (13,9%), complexo sucroalcooleiro (7,0%) e café (4,5%). Os cinco setores representam 84,4% das exportações do setor.
O complexo soja registrou montante de US$ 4,03 bilhões em exportações no mês. As exportações de farelo de soja registraram crescimento de 16,8%, atingindo US$ 507,14 milhões.
A Ásia se manteve como principal região de destino das exportações do agronegócio, somando US$ 4,65 bilhões. A União Europeia ocupou a segunda posição no ranking de blocos econômicos e regiões geográficas de destino das vendas externas do agronegócio brasileiro no mês. Houve crescimento de 22,9% nas vendas ao mercado, decorrentes, principalmente, do aumento nas exportações de celulose (+162,6%); soja em grãos (+59,7%); sucos de laranja (+38,8%); fumo não manufaturado (+120,2%) e farelo de soja (+12,9%), destacou.
O 7º Levantamento da Safra de Grãos 2017/2018, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revelou estimativa de colheita de grãos de 229,5 milhões de toneladas, que deverá ser a segunda maior da história. O recorde foi registrado no ano passado de 237,7 milhões de toneladas.
Apesar do decréscimo de 3,4% em comparação à safra passada, o número é considerado elevado considerando a média de produção no país em condições climáticas normais. Em relação aos números apurados no mês anterior, houve aumento de 3,5 milhões de toneladas (1,5%).
O governo sublinha que a boa estimativa deve-se ao resultado do avanço da colheita da soja e do milho primeira safra, que vem confirmando boa produtividade e perspectiva de maior de área para a segunda safra.
Os dados divulgados também apontam que a soja é a maior responsável pelo desempenho da produção. A leguminosa deve alcançar 114,9 milhões de toneladas. O algodão em pluma novamente marca presença neste levantamento, com produção de 1,9 milhão de toneladas, que representa 21,8% a mais que na safra anterior. O feijão segunda safra também obteve bom desempenho e deve colher 1,29 milhão de toneladas, com aumento de 7,3%.
Mais do que pop, o agro é vital para o Brasil.
PÉRSIO LANDIM é advogado especialista em Direito Agrário