Agentes recolhem média de 8 celulares por dia em presídios

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Por Rafael Medeiros

De janeiro a maio deste ano, já foram retirados das celas cerca de 1.098 aparelhos celulares que estavam sendo usados por presos, nas unidades penitenciárias de Mato Grosso. Ou seja, uma média de 7 a 8 celulares são apreendidos por dia nos presídios.

Os números foram divulgados pelo Superintendente do Sistema Penitenciário, Gilberto Carvalho, durante coletiva nesta terça-feira (18), realizada na sede da Diretoria Geral da Polícia Civil, em Cuiabá.

De acordo com superintendente, o celular é a principal forma dos detentos se comunicarem com as organizações criminosas para a prática de crimes e dos líderes continuarem dando ordens de dentro da cadeia. Hoje em Mato Grosso são 2.625 agentes penitenciários para atender 54 unidades espalhadas em todo Estado. A maior penitenciária de Mato Grosso, a Penitenciária Central do Estado (PCE), abriga mais de dois mil detentos.

Conforme o Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), as apreensões seriam maiores se houvessem mais investimentos no sistema penitenciário.

O levantamento veio a tona após deflagração da Operação Assepsia, que prendeu o diretor da PCE, Revétrio Francisco da Costa e seu diretor-adjunto, Reginaldo Alves dos Santos, além de três policiais militares: tenente Cleber de Souza Ferreira, subtenente Ricardo de Souza Carvalhes de Oliveira e cabo Denizel Moreira dos Santos.

De acordo com a presidente do Sindspen, o principal desafio para a categoria é estar à frente da tecnologia avançada do crime organizado, que por vezes consegue burlar o sistema.

“Nas revistas de rotina para a visita na PCE, por exemplo, os agentes detectaram uma vez, ao passar pelo scanner, que um dos órgãos do visitante não aparecia. Foram mais 3 tentativas e ainda assim não foi possível enxergar o órgão. Com a suspeita de que algo estava errado, a pessoa foi encaminhada para um exame de corpo e delito, onde as suspeitas foram confirmadas e os celulares e drogas encontrados nas partes íntimas”, conta a presidente do Sindspen Jacira Maria da Costa.

A presidente explica que esse episódio causou preocupação, já que o crime organizado mais uma vez conseguiu de alguma forma burlar o sistema de revista. “Não sabemos como, mas a situação demonstra que já conseguem enganar o scanner, isso é realmente preocupante”.

Sindicato cobra

Investimento em tecnologia, capacitação e automação da estrutura do sistema penitenciário de Mato Grosso são apontados como algumas das soluções para combater o crime organizado dentro das celas.

A PCE, conta além dos agentes, com 3 sistemas para a detecção de drogas, armas e celulares, o scanner, a raquete e as banquetas. Segundo o Sindspen, apesar da tecnologia auxiliar, são necessários outros investimentos já que o crime organizado tem avançado na forma de burlar esses sistemas.

Entre as melhorias que podem ser implementadas está a automação das unidades. Além das tecnologias, o sindicato acredita, que também pode haver investimento em cursos de linguagens corporais para os agentes, já que revista com toque no corpo foi proibida. Técnicas como essa são muito importantes para auxiliar na detecção.

Revista íntima

A revista íntima de familiares de presos, que consistia em ficar nú, fazer agachamento, entre outras práticas, sempre foi considerada vexatória para os familiares. A proibição foi estabelecida por uma portaria publicada pelo governo do Estado em julho de 2014. Depois veio a Lei 13.271/2016 para reforçar.

Fonte: O Bom da Notícia 

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