Por Dr: Rosário Casalenuovo
Estamos discutindo um assunto que é banalizado por ser comum, mas passa desapercebido muitos problemas em consequência, como a energia vital que temos recarregada durante o sono.
Um milionário sem energia vital é um pobre coitado, não consegue sair da cama. Na inspiração com o ar passando pelas narinas que tem uns receptores nervosos que anuncia ao organismo que esta entrando ar e da a pessoa uma saciedade e tranquilidade emocional e um certo equilíbrio no organismo, batimento cardíaco, circulação, funcionamento dos órgãos.
Veja que no Yoga se usa a respiração para controlar o corpo e a mente. Mas tem que passar o ar pelo nariz. Você que esta lendo, procure tampar uma narina e inspirar pela outra. Sentirá apenas o pulmão respirando no lado da narina livre. Agora procure inspirar apenas pela boca, como causa um vazio, uma certa aflição, parecendo que não esta entrando ar.
Para aqueles que possuem algum impedimento de fechar os lábios espontaneamente e absolutamente, a boca ao relaxar se abre e ela que domina a respiração.
O nariz é passivo e a boca é ativa. Quem manda na respiração é a boca e caso ela que respira o nariz fica doente, pois a cavidade nasal é um “porão úmido” de uma casa que se não transitar o vento o ar fica mofado.
No caso o nariz fica doente e as amigdalas farão o papel do nariz que é filtrar, só que amígdalas e adenoides inflamam, hipertrofiam, infeccionam, tudo em busca de deixar o ar mais limpo entrar nos pulmões, mas não é o suficiente. Sempre fica vulnerável a bactérias, vírus, fungo, ácaros, poeira, poluição.
Por isto os tratamentos todas com raras exceções devem ser realizados pelo nariz e boca. Odontologia funcional (não é ortodontia, principalmente em crianças) e otorrinolaringologista. Se a boca não fechar o nariz sempre tende a adquirir doenças como sinusite, rinite, inflamação na garganta, nas crianças, amigdalite, otite, hipertrofia de adenoides.
Durante o sono a respiração quando o ar não passa pelo nariz o corpo fica sempre tendendo a vigília superficializando o sono e com a presença de apneia ou hipopnéia no momento em que se entra no sono mais profundo onde ocorre o relaxamento total dos músculos a garganta afrouxa também tornando mais vulnerável ao colabamento dos tecidos moles e por isto acontece o bloqueio da passagem do ar.
A energia vital fica fraca e o indivíduo acorda cansado mesmo achando que esta bem, mas poderia ser muito melhor, com isto todo desempenho que ele teria para a vida o aprendizado, o desenvolvimento para crianças fica comprometido, outro problema importantíssimo esta na produção de hormônios que podem sofrer alterações e comprometer o organismo.
Por incrível que pareça quem sofre mais não é o companheiro ( a) de quarto, mas sim o roncador mesmo.
Os tratamentos são muito variados, mas a maior parte é apenas para resolver o ronco e a apneia paliativamente, mas tem-se tratamentos definitivos que resolvem sem a necessidade de aparelhos para dormir.
Mas tem-se que considerar que com o envelhecimento fica pior e ainda diante de um organismo mais debilitado com facilidades de adquirir doenças facilmente principalmente as respiratórias.
O importante é o paciente com este mal ouvir opiniões diferentes profissionais para escolher o melhor para a individualidade e sua vida.
Por alguns anos pensava-se de forma muito simples sobre estes problemas, a otorrinolaringologia recebia os pacientes e realizava nos adultos uma cirurgia chamada de uvuloplastia (reduzia o tamanho da campainha da garganta) mas na maioria dos casos continuava o mesmo problema.
Hoje se sabe que as indicações exclusivas da cirurgia da úvula esta por volta de apenas 25% e em 70% dos casos o problemas estão na língua se posiciona caída na garganta, considerando que este passa a ser um problema da odontologia que se omitiu deste conhecimento focado apenas nos dentes e deixando a cavidade oral. A medicina teve que assumir esta responsabilidade todo este tempo.
Mas um pequeno grupo de estudo de dentistas trouxe da Europa um conhecimento integrando a boca e o organismo trazendo este complemento que faltava na odontologia brasileira chamada de Ortopedia Funcional dos Maxilares que trabalhamos aqui no Instituto Machado.
Esse avanço ajudou muito a fonoaudiologia crescer no conhecimento da motricidade oral. Deu uma nova visão nos tratamentos das crianças respiradoras bucais, indo contrário a ortodontia causando até conflitos entre profissionais, pois a ortodontia busca apenas tratar dos dentes e desconhece as funções bucais encaminhando para a fonoaudiologia para resolvê-las. Há poucos anos passou a realizar no brasil a polisonografia e evidenciou a apneia nos adultos, e o conhecimento nos tratamentos respiratórios das crianças foi transferido para os adultos com apneia e ronco.
Drº Rosário Casalenuovo Júnior, é Diretor Clínico do Instituto Machado de Odontologia – Brasília (DF), São Paulo (SP) e Cuiabá (MT); Co-autor do livro Cirurgia Ortognática e Ortodôntica; Presidente da ABOR-MT (Associação Brasileira de Ortodontia – SEC.MT); Membro da Academia Libero-Latino-Americana de Disfunção Crâneo-mandibular e Dolor Facial; Membro da Academia Libero Latino Americana de Estética Médica e Interdisciplinar. Especialista em: Ortondontia (Bioprogressiva e Arco reto); Ortopedia Funcional dos Maxilares Dor Orofacial e Disfunção de ATM; Formação no Conceito Castillo Morales de Reabilitação; Autor do Conceito Arquitetura da Face; Autor do Conceito Ortodontia Funcional e Estética.