O ruído é forte aqui em Brasília. Após faltar ao depoimento à Polícia Federal determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro entrou na lista, e não foi o primeiro chefe de poder a descumprir uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).Um dos principais desafetos políticos de Bolsonaro, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também já se recusou a cumprir uma decisão da Suprema Corte em 2016, quando ocupava a cadeira de presidente do Senado.Na ocasião, Renan se recusou a receber um oficial de Justiça e articulou com a Mesa Diretora da Casa para não cumprir uma ordem do então ministro Marco Aurélio Mello de afastá-lo do comando do Senado.
DESOBEDIÊNCIA
O ministro do STF determinou que o presidente fosse depor na superintendência da Polícia Federal de Brasília no âmbito da apuração sobre vazamento de inquérito sigiloso do TSE em live do presidente. De acordo com o ministro, como Bolsonaro não indicou local, dia e horário dentro do prazo para ser ouvido pelos policiais, ele teria que comparecer na PF às 14h para o interrogatório. Como Bolsonaro não compareceu, caberá a Moraes definir medidas.
DEU NA MÍDIA
O ano eleitoral chegou, mais da metade de janeiro já se foi e pouca diferença se vê hoje em relação ao cenário de meados do ano passado na corrida pelo Palácio do Planalto. Intensamente polarizada e com potencial para sacudir o Brasil, a disputa eleitoral de 2022 vive, de agora até o fim de março, um momento decisivo para os comandos das campanhas. Em abril, numa espécie de grande paredão, tal qual no BBB, programa mais assistido da TV brasileira atualmente, alguns candidatos devem voltar para casa. O futuro deles depende não apenas da capacidade de se viabilizarem, mas das perspectivas de que a eleição tenha de fato dois turnos.
LISTA DE CANDIDATOS
Com prazo para que suas candidaturas decolem e ameacem a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) estão nomes como Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Rodrigo Pacheco (PSD), Simone Tebet (MDB) e Sergio Moro (Podemos). Além deles, estão colocados André Janones (Avante), Aldo Rebelo (sem partido), Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), Luiz Felipe D’Ávila (Novo) e Leonardo Péricles (UP). Imagina-se que metade deles fique pelo caminho em abril.
MAIS DESAFIOS
Parece que vem uma nova crise por ai…O comando do Congresso Nacional decidiu desafiar o Supremo Tribunal Federal (STF) e descumprir a decisão que determina que sejam divulgados os dados dos responsáveis pela indicação de verbas das emendas do relator, o chamado orçamento secreto. Em ato conjunto que será apreciado em plenário, ainda sem data marcada, apontou que a transparência só valerá daqui para frente. A decisão é perigosa, abre brechas para que outras decisões sejam desrespeitadas, e devolve o Brasil ao século passado em relação à transparência na execução do dinheiro público.O argumento do Congresso é o de que é impossível repassar tais informações pois elas não estão disponíveis.
VIAGEM DE BOLSONARO
O presidente Jair Bolsonaro confirmou que visitará a Rússia em fevereiro, em meio às tensões entre o Kremlin e o Ocidente em torno da Ucrânia. “Estarei lá no próximo mês para estreitar os laços e melhorar as relações comerciais”, disse o presidente a apoiadores reunidos em frente ao Palácio da Alvorada, sua residência oficial em Brasília.”Sabemos dos problemas que alguns países têm com a Rússia. Mas a Rússia é parceiro nosso. Essa é uma viagem que interessa a nós, e a eles também”, disse
ARGUMENTO DE LULA
Na esteira de promessas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (28), que pretende chamar todos os governadores eleitos para conversar e discutir seus projetos, não importando suas preferências, seus partidos ou alianças políticas. “Tem que fazer de baixo para cima, não de cima para baixo. Se eu voltar a ser presidente, vou chamar os 27 governadores, não importa de que partido seja, para construirmos as coisas, resolvermos as coisas juntos”, disse o ex-presidente.
IDEBATE CANCELADO
A campanha de Sergio Moro cancelou uma entrevista para a Rádio Nazaré FM, da Bahia, ao se surpreender com uma imagem no Instagram da emissora que anunciava a participação de Ciro Gomes no mesmo programa.Segundo integrantes da campanha de Moro, a rádio informou que alguém do PDT telefonou para solicitar a participação de Ciro no programa que receberia o ex-juiz. Ciro está há semanas desafiando Moro para um debate. Segundo avaliação de lideranças políticas, a relação dos poderes Executivo (comandado por Jair Bolsonaro) e do Legislativo (da Câmara e do Senado) sempre foi limitada nos últimos três anos – com poucas reformas e menos projetos de lei significativos que a expectativa criada em 2018. Para 2022, um ano onde as discussões eleitorais começaram antes da hora, as previsões indicam que o ano no Congresso Nacional será mais suave, com menor espaço para emoções e aprovação de grandes propostas.
ECONOMIA
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,6% no trimestre móvel de setembro a novembro, mas a falta de trabalho ainda atinge 12,4 milhões de brasileiros, informou nesta sexta-feira (28) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).O índice caiu 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre de junho a agosto de 2021 (13,1%) e recuou 2,8 pontos percentuais frente ao mesmo trimestre móvel de 2020 (14,4%).A população desocupada (12,4 milhões de pessoas) diminuiu 10,6% (menos 1,5 milhão de pessoas) frente ao trimestre terminado em agosto e caiu 14,5% (menos 2,1 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre móvel de 2020.