O deputado estadual Ondanir Bortolini (PSD), o Nininho, prestou depoimento nesta segunda-feira (2) ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Cuiabá, sobre a Operação Bereré que investiga um esquema de desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran).
Nininho foi citado na operação iniciada durante o mandato do ex-governador Silval Barbosa (MDB). De acordo com a denúncia, o esquema teria continuado no atual governo de Pedro Taques (PSDB) e desviado mais de R$ 30 milhões.
As empresas EIG Mercados Ltda e a Santos Treinamentos e Capacitação de Pessoal repassavam a quantia para os políticos, que utilizavam empresas fantasmas e a conta bancária dos assessores para fazer depósitos, dificultando o rastramento do dinheiro.
O ex-assessor do deputado Tscharles Tschá também prestou depoimento para o Gaeco, no dia 7 de março. Ele explicou que teria recebido cheques dos sócios de uma das empresas envolvidas no esquema, para pagar despesas pessoais do parlamentar, em 2014.
O deputado explicou à promotoria que o cheque tinha o valor de R$ 1 mil e teria sido entregue por uma factoring, como parte do dinheiro emprestado.
“Quem não deve não teme. Não estou nem um pouco preocupado com algo que eu não tenho nada a ver”, disse.
Também estava agendado o depoimento do ex-deputado federal, Pedro Henry, no entanto ele não compareceu e a data será remarcada.
Henry é citado como beneficiário do dinheiro da propina e integrante do núcleo de liderança do esquema criminoso, e teria a função de influenciar os órgãos integrantes do sistema nacional de trânsito, para adotar medidas que afetariam diretamente o Detran, para aumentar o lucro do desvio de dinheiro.