Witzel é afastado no Rio, Bolsonaro se diverte e o Estado amarga a sexta prisão de governador em 4 anos

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TOMOU UM CALDO

A onda não anda boa para o governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Mesmo ele recorrendo ao Supremo Tribunal Federal, caso o Superior Tribunal de Justiça mantenha a decisão monocrática do ministro Benedito Gonçalves, o STF não será favorável a ele. Quando a Corte Suprema decidir sobre manter ou suspender o afastamento do governador, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro já terá decidido sobre seu impeachment. Ao menos é o que corre nos bastidores do STF. Sabe-se que o STF não vai engolir a história de perseguição política. A medida do STJ tem validade inicial de 180 dias.

ESFACELAMENTO

Quem deu boas gargalhadas com o afastamento de Wilson Witzel, aqui em Brasília, foi o presidente Jair Bolsonaro. Logo pela manhã o Palácio do Planalto parecia estar em festa.  “Witzel já vai tarde”, disse Bolsonaro aos filhos Flávio, Carlos e Eduardo. É lógico que a empolgação não é nada pessoal, mas tem foco político. Com a saída de Witzel de cena, Jair Bolsonaro se fortalece no Rio de Janeiro. O presidente da República acredita que isso fará a diferença no seu projeto de reeleição. Bolsonaro se referiu ao afastamento como um verdadeiro esfacelamento.

DEJAVU

Para piorar a situação do Rio de janeiro, o vice de Wilson Witzel e que já assumiu o governo, Claudio Castro (PSC), é acusado de montar esquema para desviar recursos quando foi deputado estadual. Segundo a Procuradoria-Geral da República, Castro faz parte de ‘organização criminosa’. Pra piorar ainda mais, o terceiro na linha sucessória, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) André Ceciliano (PT), também responde à mesma acusação da PGR.

NA ONDA

O caso Witzel rendeu tanto bafafá nesta sexta-feira (28), que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, decidiu retomar a tramitação do processo de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro. O decreto revogou uma decisão anterior do presidente do Supremo, Dias Toffoli, que havia travado o rito. Toffoli tinha pedido que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio formasse uma comissão especial para o processo. Para Moraes, na decisão de hoje, não houve irregularidade na Alerj durante a formação da primeira comissão do rito de impeachment.

HISTÓRICO CRIMINOSO

Desde o Período Imperial que os historiadores mostram que a política no Rio de Janeiro anda de mãos dadas com a corrupção. No entanto, o destaque é para os últimos quatro anos, quando seis governadores ou ex-governadores do Estado foram presos ou afastados do mandato. Antes de Witzel, o último a ser afastado do cargo havia sido Luiz Fernando Pezão, preso durante o exercício do mandato, em novembro de 2018. Desde 1982, quando o eleitorado brasileiro foi chamado a eleger os governadores, apenas o ex-governador Leonel Brizola não passou por esse vexame.

APAVORANDO

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a apavorar nas redes sociais ao defender a pena de morte. E olha que ele está bem longe do Brasil. Morando nos Estados Unidos e sem qualquer motivação aparente, Weintraub decidiu compartilhar com seus seguidores que a instituição de pena de morte pode ser uma boa saída para alguns crimes no Brasil, inclusive pedofilia. Grande parte dos que acompanham o perfil do ex-ministro declararam concordar com ele, mas houve também que discordasse. Enfim, opinião é opinião.

ALTO LÁ

O presidente Bolsonaro voltou a falar sobre a prorrogação do auxilio emergencial e mandou um recado claro aos oportunistas: “Não é aposentadoria, é uma ajuda emergencial”. Para o presidente, é perfeitamente compreensível ampliar a ajuda diante da crise, no entanto, uma extensão após esse período é inviável. Ele reforçou que a ajuda custa aos cofres públicos cerca de R$ 50 bilhões por mês. A declaração do presidente foi hoje pela manhã ao deixar o Palácio da Alvorada.

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