O vereador Marcelo Bussiki (PSB) anunciou na sessão ordinária da Câmara Municipal de Cuiabá na manhã de quinta-feira (16) que pretende apresentar uma proposta de instalação de mais uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Desta vez, a proposta é investigar os casos de violência contra a mulher, devido ao crescimento da taxa de crimes relacionados a isso, como o feminicídio, quando mulheres são assassinadas devido ao seu gênero. O vereador precisaria reunir a assinatura de mais oito parlamentares para apresentar a proposta oficialmente na Casa de Leis. Contudo, ele já conseguiu o apoio de 11 parlamentares.
Já assinaram o requerimento os vereadores: Abílio Júnior (PSC), Adilson Levante (PSB), Dilemário Alencar (PROS), Felipe Wellaton (PV), Lilo Pinheiro (PDT), Luís Cláudio (PP), Marcelo Bussiki (PSB), Delegado Marcos Veloso (PV), Mário Nadaf (PV), Maurélio Ribeiro (PSDB), Ricardo Saad (PSDB).
O objetivo da CPI, caso aprovada, será de averiguar as razões que levaram ao aumento de 37,5% de casos de feminicídio, entre 2017 e 2018.
“Por todo o exposto o vereador subscritor requer a Vossa Excelência à instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI para apuração e tomada de medidas cabíveis com relação ao aumento considerável e desproporcional de crimes praticados contra as mulheres cuiabanas, nesse caso, mas especificamente o crime de feminicídio”, requereu Bussiki.
No projeto, o parlamentar elencou um relatório estatístico e análise dos atendimentos na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, 2º Anuário 2018, em Cuiabá.
O gráfico apresenta que, em 2017, a delegacia realizou 2.511 atendimentos. Em 2018, este número saltou para 2.914. O relatório também aponta que o mês de agosto, em 2018, foi o que mais registrou casos de violência contra a mulher, com 288 atendimentos. Já semanalmente, o dia mais violento contra as mulheres é a terça-feira, que registrou, durante o ano, 448 casos. O vereador também apresentou que o período vespertino é que mais registra tais casos, com 924 ocorrências, limitado a casos entre 12h e 17h59.
O relatório também apresenta os principais bairros de Cuiabá onde há registro dos crimes. Em primeiro lugar, está o Pedra 90, bairro isolado da cidade devido à sua distância do Centro, com 85 casos; na segunda colocação está o CPA III, que registrou 71 casos. O Dom Aquino é o terceiro bairro com mais registros de violência contra a mulher, com 69 casos.
Entre os diversos dados apresentados pelo parlamentar, também está o tempo em que a vítima mantém relação com seu agressor. A maior ocorrência está em casos que mulher e companheiro já têm mais de 9 anos juntos, que registrou 542 casos em 2018.
Outro ponto elencado é que os maiores registros de violência estão relacionados a ex-companheiros. Os ex-conviventes registraram 361 casos e os ex-maridos um total de 103.
Na propositura da CPI, também há um mapa que descreve as principais características dos agressores. O perfil é definido por: homens solteiros, cor parda, com faixa etária entre 35 e 45 anos, ensino médio completo, desempregado e ex-companheiro da vítima.
O requerimento oficial será apresentado na próxima sessão ordinária, na terça-feira (21), quando o presidente da Casa, vereador Misael Galvão (PSB) deverá fazer a leitura em plenário.
Crédito: Folha Max