A prefeita de Várzea Grande, Lucimar Sacre de Campos realizou uma reunião emergencial, com o Comitê de Enfrentamento ao Novo Coronavírus (COVID 19) e toda a direção do Departamento de Água e Esgoto – DAE/VG para a adoção de medidas para mitigar a crise decorrente da falta de chuvas e da redução na capacidade do órgão de promover oferta de água constante para parte dos moradores da segunda maior cidade de Mato Grosso.
A prefeita cobrou maior celeridade na Concorrência Pública Nacional que tem prazo para setembro e que prevê a construção de uma nova Estação de Tratamento e Abastecimento de Água (ETA) no Grande Cristo Rei com investimentos iniciais de R$ 25 milhões dos quais R$ 13,7 milhões estão depositados em conta corrente do Tesouro Municipal, recursos da venda das contas municipais para a Caixa Econômica Federal (CEF).
Ela ponderou que se faz necessária a união de esforços e dedicação de todos para a solução do problema de abastecimento de água, citando que o Relatório Trata Brasil de 2020 demonstra que mais de 92% da população da cidade tem água regularmente servida, mas que também existem outros problemas como os desvios criminosos, o desperdício, redes de água antigas entre outras questões que dependem de solução do Poder Público mas também da colaboração da população.
“Essa obra vai garantir o atendimento de toda a região do Grande Cristo Rei, Grande Parque do Lago entre outros bairros e permitirá que as demais três ETAs existentes reforcem o atendimento das demais regiões e bairros de Várzea Grande. A nova ETA quando pronta vai produzir 320 litros por segundo ou 27.648.000 milhões de litros por dia se funcionar 24 horas, enquanto as demais ETAs produzirão 82.920.000 milhões de litros para as demais regiões da cidade”, disse a prefeita de Várzea Grande.
Outras medidas emergenciais, diante da falta de chuvas, é a perfuração de poços artesianos em várias regiões da cidade em parceria com o Governo do Estado através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da METAMAT – Companhia Mato-grossense de Mineração e a Fundação Nacional de Saúde – FUNASA.
Estudos de sondagem apontam para algumas destas unidades terem grande vazão e reforçarem o sistema de captação e distribuição de água para atendimento da demanda ainda mais em tempos de estiagem.
Os serviços aplicados em Várzea Grande devem ser ampliados para outras cidades de Mato Grosso que também tem problemas com a falta de água diante da tecnologia e aplicada pela METAMAT em parceria com a FUNASA.
Alguns dos poços já foram perfurados, Distrito Industrial e Capão do Pequi, Santa Maria e Joaquim Curvo desde a semana passada e o trabalho será intensificado a partir de agora para aumentar a demanda de água ofertada a população. Uma reunião entre a direção do DAE e da METAMAT para reforçar o trabalho inclusive com mais equipamentos se necessário ou pessoal.
Segundo o presidente da METAMAT, Juliano Jorge, os próximos poços a serem implantados serão na Cohab São Matheus e Residencial São Benedito, lembrando que dependendo da vazão dos mesmos outros bairros como o Parque Sabia, Eldorado entre outros também devem ser contemplados e amenizar a situação.
“Estamos atendendo uma solicitação da prefeita Lucimar Sacre de Campos, do senador Jayme Campos e determinação do governador Mauro Mendes para amenizar a situação de Várzea Grande e sua população, bem como de outras cidades de Mato Grosso, pois a METAMAT tem know how junto com a FUNASA para a perfuração de poços artesianos”, assinalou o presidente da entidade estadual, após se reunir com o presidente do DAE, Ricardo Azevedo Araújo.
“Segundo as previsões mais otimistas teremos chuvas no final de setembro ou apenas em outubro, sendo que este ano de 2020 está sendo atípico, por causa da pandemia da COVID 19 que deixou as pessoas mais tempo em casa e, portanto, consumindo mais água, mais energia elétrica, mais comida entre outros itens e serviços, e, com a estiagem, o fim das chuvas, estamos encontrando ainda mais dificuldades em manter a regularidade no abastecimento de água”, explicou Ricardo Azevedo Araújo.
As estimativas do DAE/VG são de que houve crescimento em torno de 35% até 50% no consumo de água em diversos períodos por causa da Pandemia e depois por causa da estiagem. “Em contrapartida para piorar a situação, com a Pandemia da COVID 19 e a proibição de corte nos fornecimentos, a inadimplência, quando as pessoas se negam a pagar pelos serviços prestados, em Várzea Grande atingiu absurdos 65%”, disse o presidente lembrando que não tem como resolver o problema da falta de água sem maciços investimentos, sem combater os desvios e gatos e sem controlar o desperdício”, explicou.
Ricardo Azevedo Araújo lembrou que Várzea Grande em 2015, optou por captar recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC do Governo Federal que chegou a ser licitado e em alguns casos contratados e viraram obras, mas as mais importantes que eram de abastecimento de água acabaram prejudicados pelas constantes alterações no Governo Federal que deixou de investir mais de R$ 200 milhões na cidade.
“Essa opção nos impediu de traçar estratégias diferenciadas para o DAE e para os problemas da água e do esgoto, muito mais por problemas políticos da instabilidade política dos governos federais que se sucederam nos últimos anos. Durante o mandato da prefeita Lucimar Sacre de Campos foram três governos, Dilma Roussef, Michel Temer e Jair Bolsonaro, sem contar processos eleitorais distintos para Governo do Estado e tudo isto atrapalhou a gestão e a solução de diversos problemas”, disse Ricardo Araújo.
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