Da Redação
O governador Pedro Taques (PSDB) declarou na manhã deste domingo (27), que está disposto a reduzir o ICMS, atendendo a pauta dos caminhoneiros que estão em manifestação em todo o país. A declaração foi dada no aeroporto de Sinop (500 Km de Cuiabá), no seu retorno emergencial à Capital, após o cancelamento de toda a agenda no norte do estado.
“Nós estamos pedindo uma reunião com o presidente da República para que possamos resolver essa situação o mais rápido possível. Se chegarmos à decisão da baixa da alíquota do ICMS, faremos, desde que seja em conjunto com todos os estados”, explicou.
Taques disse ainda que a decisão é para atender a pauta de reinvindicações, mas que a responsabilidade é do governo federal.
“Cabe ao governo federal, como acionista majoritário da Petrobrás, resolver os equívocos que foram praticados no passado e não podem continuar empurrando as responsabilidades para os estados”, ressaltou.
O governador lembrou ainda que, desde quinta-feira (24), foi instaurado um gabinete de crise para garantir a segurança e a assinatura do decreto que declara situação de emergência em Mato Grosso.
“Estamos em interlocução permanentemente com as forças armadas, tudo no sentido de fazer com que a população possa não sofrer mais do que já está com o problema. Hoje à tarde temos uma reunião em Cuiabá para podermos decidir os próximos passos”, explicou.
Ainda de acordo com o chefe do executivo, Mato Grosso tem 400 mil alunos, 40 mil profissionais da educação, audiências judiciais, sistema prisional, alimentação saúde e todos eles esperam um posicionamento emergencial do estado.
“Não adianta nós resolvermos só no estado de Mato Grosso, porque a questão é difusa no Brasil todo. Nós temos certeza que é um movimento pacifico democrático e temos que resolver com o diálogo e da melhor maneira possível. O nosso comitê está realizando um levantamento sobre os pontos de desabastecimento no estado. Ainda hoje teremos estas informações”, finalizou.
Mudança de postura
Na sexta-feira (25) pela manhã, durante reunião com os governadores do consórcio Brasil Central, em Cuiabá, Taques havia dito à imprensa que os Estados do grupo descartavam reduzir o ICMS sobre o combustível e não aceitariam pagar a conta pela política econômica equivocada do Governo Federal.
À tarde, o consórcio divulgou um manifesto condicionando uma eventual redução nos impostos a uma compensação por parte do governo federal e, novamente, culparam a União pela crise. Neste domingo, ele já admite reduzir mesmo sem compensação, desde que seja uma medida conjunta dos Estados.