Senado derruba veto que evitava reajustes a servidores e Bolsonaro agora está nas mãos da câmara

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NAS MÃOS DO MAIA

O presidente Jair Bolsonaro criticou duramente senadores pela derrubada do veto a parte da lei da ajuda financeira a estados e municípios que autoriza o reajuste salarial a servidores federais durante o período da pandemia da covid-19. Agora o presidente tentará reverter a situação na Câmara, que ainda votará a proposta. Bolsonaro destacou que o gasto irá representar um prejuízo de R$ 120 bilhões aos cofres públicos.

PÉSSIMO SINAL

O ministro Paulo Guedes, da Economia, também soltou os cachorros contra a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia do coronavírus. Ele disse que o Senado deu “um péssimo sinal” e classificou a decisão como “um crime contra o país”. A medida, que foi dada como contrapartida pelo governo federal para liberar o pacote de socorro de R$ 60 bilhões aos estados e municípios, previa que a categoria não tivesse reajuste salarial até o fim de 2021.

RUÍDO DANOSO

A mudança de estratégia do ministro Paulo Guedes de empurrar a medida de desoneração da folha de salários para a proposta de emenda à Constitucional (PEC) que propõe medidas de corte de despesas, que tramita no Senado, causou ruído e pode enfraquecer a discussão de reforma tributária. O risco, admitem lideranças, é instalar atrito com a Câmara que encabeça a discussão da simplificação de impostos.

FALTA ARTICULAÇÃO

Outra proposta que o senado deverá aprovar é a PEC do novo Fundeb, que o torna permanente e aumenta a parcela do governo federal na cesta de recursos que banca a maior parte dos salários de professores e outras despesas da área nos Estados e municípios. A parte que cabe ao Executivo federal será elevada dos atuais 10% para 23% em seis anos. Antes mesmo de concluir a votação da PEC, porém, o Congresso decidiu tomar a frente para regulamentar o novo Fundeb até o fim deste ano e pressionar o governo a organizar o financiamento. O motivo é a falta de articulação do MEC.

FOFOCALHADA

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quinta-feira (20) pela suspensão da produção de todo e qualquer dossiê do Ministério da Justiça com informações sobre a vida pessoal e a posição política de servidores públicos. “É mais fofocalhada do que relatório de inteligência”, disse Moraes sobre dossiê. O Ministério da Justiça teria feito o dossiê sobre mais de 500 servidores ligados ao movimento antifascistas. Moraes votou pela suspensão do relatório.

DIVISOR DE ÁGUAS

O Centro de Triagem Covid-19, implantado em Cuiabá pelo governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), virou referência para autoridades aqui em Brasília. Os elogios partiram do próprio Ministério da Saúde. E veja que está em funcionamento há apenas 30 dias e já se tornou um “divisor de águas”. O Ministério da Saúde reconhece que o Centro ajudou a despencar as internações em Unidades de Terapia Intensiva por Covid-19. “Estávamos com mais de 80% de ocupação e já estamos agora na casa de 70%, com mais de 100 UTIs livres, além das novas que ainda vamos abrir”, declarou Mauro Mendes hoje em Cuiabá.

ATITUDE PRA MUDAR

O Centro de Triagem Covid-19, nos moldes do que foi implantado em Mato Grosso, foi uma inciativa inédita no âmbito dos estados. O governador Mauro Mendes aproveitou a estrutura ociosa da Arena Pantanal e o secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, formatou o modelo para garantir segurança à sociedade e aos profissionais da Saúde. Foi montado em tempo recorde sob comando do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho. Uma atitude ousada e, ao mesmo templo, simples que fez a diferença durante a pandemia da Covid-19. Cerca de cinco mil pessoas são atendidas por semana com disponibilidade de todos os exames possíveis para detectar a doença.

SEM PALANQUE

Alvo de assédio de pré-candidatos a prefeito e a vereador identificados com o bolsonarismo para declarar seu apoio nas disputas eleitorais deste ano, o presidente Jair Bolsonaro tem avisado que não deve se envolver com as campanhas no primeiro turno. Com a extensa programação de viagens do presidente pelo País, assessores do Palácio do Planalto tentam evitar que as visitas sejam usadas como palanques para políticos locais.

OPORTUNISTAS

A orientação da equipe presidencial é ter atenção redobrada com o que chamam de oportunistas, evitando que Bolsonaro apareça em fotos e vídeos que possam ser apresentados à população como um endosso a determinado candidato. Por outro lado, o presidente, que já mira uma reeleição, não pode correr o risco de desagradar a apoiadores. A decisão de Bolsonaro de não mergulhar em disputas municipais é baseada no cálculo político de que a derrota de um apadrinhado possa ser debitada de sua conta como uma rejeição a ele.

PELA CULATRA

A proposta que censura nudez e símbolos religiosos em manifestações artísticas de Brasília, aprovada em primeira votação pela Câmara Legislativa causou furor entre os artistas. Para valer como lei, a proposta, de autoria do presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB), precisa ser aprovada em segundo turno na próxima semana e passar pela sanção do governador Ibaneis Rocha. Contudo, a proposição motivou reação da classe artística de imediato. Para a performer Maria Eugênia Matircardi, existe um abismo enorme entre nudez artística e o que é chamado de pornografia. “São coisas muito diferentes”, explica.

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