Selma: “Ministros não ouvem o povo, só veem o próprio umbigo”

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A senadora Selma Arruda (Podemos) afirmou que uma eventual decisão do Supremo Tribunal Federal, acabando com a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, é uma ameaça às investigações da Operação Lava Jato.

A declaração foi dada por Selma em entrevista à Revista Época, nesta terça-feira (29).

Para a juíza aposentada, os ministros estão votando a matéria “olhando para o próprio umbigo” sem ouvir os anseios da população. Atualmente, o julgamento tem quatro votos a favor da prisão após condenação em segunda instância e três contra.

O julgamento será retomado no dia 7 de novembro. Ainda faltam os votos dos ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli.

“Vai ser o golpe mais duro na Lava Jato até hoje. Era para ter gente acampada na frente do STF, e não tem. Os caras fizeram esse julgamento a conta-gotas para isso, para causar essa apatia. Eles não ouvem o povo, não sabem o que as pessoas querem, não sabem o que o Brasil quer. Só veem o próprio umbigo”, disse a senadora.

Vai ser o golpe mais duro na Lava Jato até hoje. Era para ter gente acampada na frente do STF, e não tem. Os caras fizeram esse julgamento a conta-gotas para isso, para causar essa apatia

Há três meses Selma entregou à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o relatório favorável a uma emenda na Constituição para fixar a legalidade da prisão em segunda instância.

À publicação, a congressista relatou que mesmo com a pauta sendo julgada no STF, o Senado deveria “se impor” e aprovar a emenda.

“É o momento de o Senado se impor. Até agora, o Senado não conseguiu se impor em nada neste ano. Somos carimbadores da Câmara e estamos à mercê da vontade do presidente do Senado e da presidente da CCJ. Fomos eleitos para quê? Temos de legislar”, afirmou.

“Depois não podem reclamar do Supremo. A prisão em segunda instância é uma bandeira que a gente não pode baixar. Foi um discurso que todos usaram na hora da campanha e agora deixam para trás”, completou.

Para ela, o Congresso Nacional tem pautas que deveriam ir à discussão, mas ainda são “tabus” para os congressistas.

“Sim, infelizmente o Congresso ainda tem tabus. É terrível. Tem muita gente que não quer enfrentar o assunto para não se expor. Ficam mandando vídeos nos grupos de WhatsApp, mas não agem. Há algumas ações que são urgentes, deveríamos ter sido adotadas há muito tempo”, afirmou.

 

Confira entrevista na integra AQUI.

 

 

 

 

Fonte: Midia News Foto: Reprodução

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