Rondonópolis na vanguarda do saneamento básico

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Cidade que já atende a integralidade da sua população com serviços de água tratada, coleta de lixo comum, coleta seletiva e rede de esgoto

 

Por Denilson Paredes

Destaque na região Centro Oeste como a cidade que tem o melhor sistema de Saneamento Básico, Rondonópolis é uma cidade que já atende a integralidade da sua população com serviços de água tratada, coleta de lixo comum, coleta seletiva e rede de esgoto. Há anos não se ouve reclamações da população local no que diz respeito ao fornecimento de água ou com a falta da coleta de lixo, assim como está em pleno funcionamento uma coleta seletiva que leva grande parte do lixo urbano direto das residências para a reciclagem ou o reaproveitamento, e todas as residências da cidade estão conectados à rede de esgoto.

Isso somado ao Aterro Sanitário finalizado em 2017 e à outras medidas adotadas pelo município colocam a cidade entre a vanguarda das cidades brasileiras que investiram de forma organizada e maciça na solução desse que é um dos maiores gargalos sociais do Brasil e de outros países em desenvolvimento.

Um dos motivos que possibilitaram à Rondonópolis estar nessa situação vanguardista é o modelo de gestão dos serviços de saneamento municipais, que foram mantidos públicos, ao contrário de outras cidades que optaram por privatizar seus sistemas de água e esgoto.

A grande responsável pelas obras que levaram a cidade a esse patamar é o Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear), autarquia pública municipal que cuida da coleta de lixo comum e a seletiva, administra o sistema de captação, tratamento e distribuição de água e cuida da coleta e tratamento do esgoto doméstico.

A autarquia é presidida pelo Geógrafo e professor Paulo José Correia, 55, homem de confiança do prefeito José Carlos do Pátio que já ocupou outros cargos importantes na gestão municipal e é apontado como o possível candidato petista ao Paço Municipal em 2024, tendo sido um dos grandes responsáveis pela construção de milhares de casas populares para o público de baixa renda na cidade, durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. “Eu deixei as salas de aula em 2009 quando o prefeito me chamou para assumir o então departamento de Habitação, que tinha dois funcionários, uma arquiteta e um engenheiro, e conseguimos implementar todo tipo de programa habitacional na cidade. E hoje ela é uma das maiores secretarias do município, com mais de 150 funcionários, mais de 15 veículos, e hoje com 47 bairros construídos e 30 mil casas”, rememorou.

Na atual passagem de Pátio pela prefeitura, Paulo José foi o principal articulador de recursos para a estruturação desses novos bairros, como pavimentação e drenagem de águas da chuva, a construção de unidades educacionais e de saúde, além de áreas de lazer para a prática esportiva, retomada das obras e a entrega de mais de mil apartamentos do Residencial Celina Bezerra, onde estão previstas a entrega de mais de quatro mil apartamentos para famílias de baixa renda, além da viabilização de recursos para obras estruturantes como coordenador do escritório de representação da cidade em Brasília. 

Já na presidência do Sanear, uma das suas primeiras ações foi implantar o PIX Sanear, criando a possibilidade de seus milhares de usuários pagarem suas contas de água usando o pix. “Para pagar o Sanear, as pessoas tinham que ir numa lotérica ou banco, enfrentar uma fila. Hoje não, todos podem pagar do sofá de suas casas. E isso aumentou a nossa receita, porque a pessoa paga mais rápido. E também terminamos a implantação da coleta seletiva e hoje Rondonópolis é uma das únicas cidades do Brasil que tem coleta seletiva em 100% dos bairros. Nós compramos os veículos e passamos nos bairros com um sinal sonoro próprio e coletamos 100% do lixo selecionado. Temos duas cooperativas de reciclagem do lixo na cidade, mas o volume é muito grande e temos até reeducandas da Cadeia Feminina trabalhando com reciclagem”, informou.

Todo esse sucesso ele credita ao modelo de gestão pública e eficiente da questão do saneamento básico e ele defende o modelo. “Nós temos uma estrutura muito bem montada, que começamos lá nos primeiros governos Lula, quando fizemos os projetos do PAC I (Plano de Aceleração do Crescimento) que trouxeram mais de R$ 100 milhões para a cidade. Logo veio o PAC II já no governo Dilma, mais R$ 110 milhões, e hoje R$ 223 milhões de recursos federais já implantados em rede de água e esgoto na cidade, além de R$ 100 milhões da prefeitura. Foi uma obra demorada, mas hoje o esgoto produzido em qualquer ponto da cidade cai na rede de esgoto e vai ser tratado. Nós estamos com 98,8% do esgoto coletado e 100% dele tratado. Mas isso é porque a cidade é como um organismo vivo e vai se movimentando. Você termina um bairro e surge outro”, externou Paulo José.

Quanto à questão da água encanada, ele conta que a administração municipal resolveu o problema da falta de água da cidade com a implantação de poços artesianos de grande profundidade e hoje o sistema capta água tanto do Rio Vermelho quanto dos poços. “Enquanto no país inteiro se falava em crise hídrica, em Rondonópolis não se ouviu falar em falta de água. Não há reclamações com a rede de esgoto. A coleta de lixo bateu  índice de 92% de aprovação pela população e hoje atende 100% da população. As pessoas sabem que se colocar o seu lixo lá fora, ele vai ser coletado no dia e na hora certa. E somos uma das poucas cidades que já conseguiu cumprir com o novo Marco Regulatório do Saneamento Básico no país”, completou.

Ele ainda conta que uma cooperativa de catadores tem um barracão dentro do Aterro Sanitário para retirar do lixo urbano os materiais que podem ser reciclados, o que junto com a coleta coletiva, tem retirado toneladas de materiais do lixo e garantido renda para dezenas de famílias

Nova ETE

Para o futuro, Paulo José conta que já deu início às articulações para conseguir recursos para a construção de uma segunda Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), já que a atual já está chegando ao seu limite. “O prefeito ainda pretende entregar mais cinco mil casas e lotes para a população. E tem novos condomínios, tudo gera novas moradias. E se tiver outra Estação, posso dividir a cidade e diminuir os gastos com o bombeamento do esgoto”, explicou.

Possível candidatura

Questionado sobre a sua possível pré-candidatura a prefeito em 2024, tendo sido colocado no páreo pelo próprio Zé do Pátio, que quer fazer seu sucessor, o presidente do Sanear evitou uma resposta direta e mostrou que realmente já tem intimidade com a política eleitoral. “Eu sou do mesmo grupo político, que é o grupo do prefeito José Carlos do Pátio desde o PMDB, fomos para o Solidariedade e agora estamos no PSB. Estamos juntos a 35 anos e ajudo ele desde quando se elegeu vereador a primeira vez. Sou o secretário mais antigo que ele tem. E chega um momento em que você adquire alguns conhecimentos que te levam a querer contribuir em outro estágio. Eu estou com a minha vida estável, estou bem e me sinto realizado tanto com minha família quanto com minha carreira no serviço público. Eu nasci em Rondonópolis e um dos orgulhos que eu tenho é estar numa gestão desde 2009 e andar na rua de cabeça erguida. Nunca fui acusado de nada errado ou ilícito. Fiz dez mil casas e ninguém nunca disse que me deu dez reais em troca de passar na frente de uma fila para casa. Essa possiblidade está sendo discutida no nosso grupo e com aliados, e se todos acreditarem, eu estou pronto para contribuir mais”, concluiu.

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