Regiões do leste da Ucrânia confirmam referendo sobre adesão à Rússia entre 23 e 27 de setembro

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AFP

Movimento de adesão à Rússia é encarado como perigosa escalada do conflito em meio à contra-ofensiva ucraniana

Redação

Os deputados dos conselhos populares de Donetsk e Lugansk, regiões separatistas da Ucrânia sob controle russo, aprovaram nesta terça (20) por unanimidade uma lei sobre a realização de referendos sobre a adesão à Rússia. A votação terá cinco dias de duração, com início nesta sexta (23), até terça da semana que vem (27).

De acordo com o presidente do conselho popular da autoproclamada República Popular de Lugansk, Denis Miroshnichenko, o referendo terá a seguinte pergunta: “Você é a favor da entrada da República Popular de Lugansk russa como parte da Rússia?”. Os resultados do referendo serão determinados, “no mais tardar, cinco dias após o último dia de votação”.

Já o chefe de Donetsk, Denis Pushilin, por sua vez, disse em uma reunião do Conselho Popular da República que “é uma grande honra para mim anunciar que ontem decidi organizar os preparativos para o referendo. Lamento pela vida dos civis que foram levados pela guerra”. Em seguida, as regiões de Kherson e Zaporozhye também se juntaram à confirmação dos referendos a adesão à Rússia.

A confirmação dos referendos sobre a possível integração das regiões à Federação Russa surge em meio à anunciada contra-ofensiva da Ucrânia em retomar o controle de territórios no campo de batalha. A movimentação de entrada das regiões à Rússia tem sido encarada no país como uma escalada do conflito.

Segundo estimativas, a Rússia controla apenas parte dos territórios que confirmaram a realização dos referendos.

Mobilização à vista?

No mesmo dia, a Duma Estatal da Rússia (a Câmara Baixa do parlamento do país) introduziu os conceitos de “mobilização” e “lei marcial” no Código Penal da Federação Russa. A medida foi aprovada em terceira leitura por unanimidade pelos 389 deputados.

As emendas no código penal preveem punição por não comparecimento ao serviço militar no recrutamento ou deserção voluntária durante “mobilização ou período de guerra” por até dez anos de prisão.

No entanto, uma das autoras das emendas, a senadora Olga Kovitidi, disse que as mudanças no Código Penal da Federação Russa não significam mobilização na Rússia: “No que diz respeito a esta lei, a mobilização no país não foi anunciada”.

Edição: Arturo Hartmann

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