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Se Kante, Moses e Willian fazem sucesso hoje no Chelsea, em muito é por conta da luta de Paul Canoville. Primeiro jogador negro do time de Londres, na Inglaterra, o ex-atacante disse que hoje torcedores do clube pedem desculpas a ele pelo comportamento racista no começo da década de 1980.
Canoville veio do modesto Hillingdon Borough e, logo de cara, foi vaiado pelos próprios torcedores de Stamford Bridge a cada toque na bola. Segundo contou ao francês Canal Football Club, nem o título da segunda divisão do Campeonato Inglês pelo Chelsea, na temporada 1983/1984, ajudou na relação com a torcida.
“Os torcedores vêm me ver hoje e pedem desculpas e dizem: ‘Paul, eu fui um daqueles que te insultaram. Eu não sabia, eu estava apenas seguindo meu pai’, disse o ex-jogador ao canal de entrevistas da TV francesa.
As declarações de Canoville surgem em pleno debate racial na Inglaterra. No último dezembro, Sterling, do Manchester City, disse ter sido alvo de ofensas racistas em uma partida contra o Chelsea. Nas redes sociais, o atleta disse que a imprensa local alimenta a discriminação e afastam os jogadores dos torcedores. Mais do que isso, aficionados do Chelsea teriam perseguido os do Tottenham com gritos racistas.
A Polícia Metropolitana de Londres inclusive prendeu na última terça-feira (8), antes da partida de ida da semifinal da Copa da Liga Inglesa, disputada entre os dois times, um jovem de 17 anos acusado de ‘perturbar a ordem pública com ofensas racistas’. Apesar de tudo, Canoville disse que continua ‘amando o Chelsea’.
Em sua volta ao Stamford Bridge, ele disse ter ficado surpreso com a recepção dos torcedores. Ao todo, foram 103 jogos, tendo marcado 15 gols, de 1981 a 1986.
“Quando fui convidado a voltar ao gramado, fiquei realmente surpreso e agradecido com a reação dos fãs”, disse.
“Hoje consigo entender mais e vejo o quanto o racismo é ruim.”