Presente para o pai

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Por Lício Malheiros | Vivemos em um mundo globalizado, no qual o processo de globalização é sentido em todos os momentos de nossas vidas, pois esse processo consiste na integração social, econômica e cultural entre as diferentes regiões do planeta,  este fenômeno,  é empregado para descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no mundo.

Falar do sistema capitalista, em um país de terceiro mundo, sem descrevermos as constantes desigualdades sociais, políticas e econômicas seria no mínimo um contrassenso.

A chamada em questão tem como foco principal, as datas comemorativas em nosso país, entre as quais, uma se destaca, o dia dos pais, comemorado no Brasil no segundo domingo de Agosto, momento em que, os filhos parabenizam os seus pais, e compram presentes para eles, dento das suas limitações financeiras.

Hoje, as redes sociais desenvolvem papel singular em nossas vidas, podendo ser usadas para fazer o mau, como também para fazer o bem ao próximo e ao seu semelhante.

Prova de altruísmo implementado por um filho, aconteceu na cidade de Catalão, interior de Goiás, momento em que, um menino engraxate chamado Mário, adentrou a Relojoaria do senhor Paulo César da Silva, pediu um relógio para presentear  seu pai no valor de R$ (30,00) após o pagamento ao dono da loja, o mesmo, o embrulhou com o melhor papel de presente e o entregou ao menino;  ao mesmo tempo em que, este  devolveu  o dinheiro a ele. Esta cena, viralizou nas redes sociais em quase todo  país de forma expressiva, levando muitas pessoas às lágrimas, diante da ação desse menino.

Quase sempre em minhas narrativas, procuro exemplificar mostrando fatos que tenham algum envolvimento com a minha pessoa, ou com pessoas próximas a mim.

Guardada as devidas proporções, em minha criação, meu pai também sempre pautou pelo trabalho infantil permissível, como forma de valorização e reconhecimento da importância de ganhar o seu dinheirinho dignamente e honestamente.

Nasci e cresci na Av. Mário Corrêa nº 77 Porto, tenho maior orgulho disso, os fundos da nossa residência; naquela época por não haver muros separando as casas, caminhávamos livremente entre elas.

O fundo da nossa casa, estava ligada a um barzinho que o meu pai tinha, que ficava  em frente a um  “postinho”, assim era chamado, por se tratar de um posto de combustível, ao seu lado havia um campinho de futebol, que terminava nos fundos do portão de um dos homens mais íntegros e honestos que até hoje conheci, Pedro Amidem.

Homem sério, austero, porém de coração mole, grande incentivador do esporte para as crianças; a frente da sua residência, confrontava com a Av. XV de Novembro, residência esta, que ficava ao lado da Igreja São Gonçalo, que até hoje existe.

Voltando a minha narrativa, eu ainda bem criança tinha como missão quase impossível, pela distância da minha casa, em relação ao barzinho do meu pai.

Minha missão era  levar uma garrafa de café para ele vender, como para mim a distância era faraônica, às vezes eu derrubava a garrafa e a quebrava, a bronca era certa, dessa forma acabei aprimorando e conseguindo levar sempre para ele aquela garrafa. Qualquer adulto ou criança mais velha poderia levá-la, porém o seu objetivo era me tornar alguém responsável e honesto, sou grato a ele por isso.

O trabalho dignifica o homem!

Professor Licio Antonio Malheiros é geógrafo

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