Perda da capacidade pulmonar é uma das consequências do novo coronavírus

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Dificuldade para respirar ao realizar pequenos ou grandes esforços pode ser sintoma de complicação pulmonar em decorrência da infecção pelo novo coronavírus. Apesar de ser uma doença nova e com estudos ainda em andamento, pesquisadores apontam que infectados pelo vírus podem carregar sequelas para o resto da vida.

Conforme explicou o cirurgião torácico da Oncolog, Marcelo Borges, a doença tende a afetar diversos órgãos, como o cérebro, o coração e os rins, mas o pulmão, por ser a porta de entrada do vírus no corpo, tem propensão a ser o mais comprometido. Pacientes já curados da Covid-19 apresentaram sintomas de perda da capacidade de funcionamento do órgão.

“O pulmão é um órgão elástico, mas ele fica endurecido e com dificuldade de execução de suas funções. Isso é denominado como fibrose pulmonar. Outra sequela apontada é a microembolia pulmonar, quando micro vasos do órgão ficam entupidos e demoram para voltar à função regular”, disse o cirurgião.

Até o momento, o que se percebe é que os infectados pelo vírus permaneceram com a função pulmonar reduzida após meses da contaminação. Até mesmo os que tiveram sintomas leves ou foram assintomáticos perceberam a diminuição da capacidade do órgão. É o caso da publicitária Michelly Pantoja, 42.

Ela não apresentou febre, tosse seca, cansaço ou qualquer dos sintomas indicativos da doença. No entanto, ao fazer um exame para detecção exigido pela empresa em que trabalha, descobriu que era reagente ao vírus. Mesmo sem ser do considerado grupo de risco, foi diagnosticada com 25% do pulmão comprometido.

“Após a cura o médico solicitou uma bateria de exames, mas mesmo com o resultado eu continuo sem sentir nada. Foi receitada fisioterapia pulmonar para ver se o quadro reverte, mas ainda não é algo exato. Ainda me encontro assintomática. Ando mais cansada que o normal, mas o médico também assegurou que o clima desta época contribui muito”, relatou.

De acordo com o especialista da Oncolog, a recomendação nesses casos é de um acompanhamento a longo prazo com uma equipe multidisciplinar composta por médico pneumologista, cirurgião torácico e fisioterapeuta.

“Tratamento com atividades respiratórias tem como objetivo final o ganho do condicionamento pulmonar em sua totalidade. Isso pode levar meses, talvez até anos. A gente não sabe estimar o tempo exato. Alguns pacientes vão ficar com doenças permanentes para o resto da vida”, alertou Borges.

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