Diante do descaso e da promessa de campanha não cumprida pelo governador de Mato Grosso com relação a retomada das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Cuiabá e Várzea Grande, cresce a cobrança do povo pela conclusão das obras. Isso está atraindo a atenção do Ministério Público Federal e do próprio governo federal.
No último dia 14, em entrevista para a revista Veja, o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, afirmou: “Em outras frentes, a nova atuação do MPF não visa a evitar problemas futuros, mas solucionar encrencas passadas, que ainda têm consequências gravíssimas no presente (…) Se tudo correr bem, entre os projetos que poderão voltar a andar estão a usina de Angra 3, parada desde 2015, e o VLT de Cuiabá, que deveria ter ficado pronto para a Copa de 2014.”
Como Coordenador do Movimento Pró VLT, enviei correspondência no último dia 19 ao Procurador-Geral da República, Dr. Augusto Aras, mostrando a indignação do povo cuiabano e várzea-grandense com o governador do Estado, pela falta de transparência nos atos que envolvem o processo de retomada das obras do VLT, pela falta de diálogo, conduta antidemocrática e desperdício do dinheiro público com as obras e equipamentos se deteriorando.
De pronto, o Chefe de Gabinete do Procurador-Geral da República, Dr. Alexandre Espinosa, encaminhou o meu pleito ao Coordenador da Terceira Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, Sub-Procurador-Geral da República Dr. Luiz Augusto Santos Lima. No dia seguinte, 20, recebi telefonema da Secretária Executiva da Terceira Câmara, Cinthia Morimoto, solicitando um memorial do Movimento Pró VLT para subsidiar os Sub-Procurador. Tão logo ele receba esse memorial, serei chamado para uma reunião em seu gabinete.
O Ministério Público Federal é um fiscal da lei. É o nosso guardião da democracia, e falta democracia no governo de Mato Grosso já que trancou as portas do Palácio Paiaguás e não recebeu o Movimento Pró VLT. O MPF é, também, o grande defensor dos interesses do conjunto da sociedade, e a conclusão do VLT é o desejo do povo cuiabano expresso nas entidades que apoiam o Movimento Pró VLT como Instituto de Engenharia, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, o Rotary Club de Cuiabá, a Federação do Comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá e Várzea Grande, o Arcebispo de Cuiabá, o Conselho de Ministros da Igreja Evangélica, a Federação Mato-grossense de Bairros, a Associação Mato-grossense dos Municípios, a Grande Oriente Feminino, dentre outras entidades.
O povo de Mato Grosso não vê sentido algum na permanência da obra paralisada. Se o governo estadual parou por causa de corrupção, nada apurou e ninguém foi punido. Na verdade, quem está sendo punido é o povo. Punido sem a obra, sem os serviços de transporte e ainda pagando mensalmente os juros de um empréstimo do qual não se beneficiou.
Mas a população cuiabana e várzea-grandense está atenta, preocupada com os rumos das duas principais cidades do Estado. Está sendo através de um diálogo permanente qualificado e construtivo, nos debates, nas redes sociais, que o movimento cresceu praticando a boa política. Sem milagres, com propostas concretas, construídas pelos nossos valorosos engenheiros, elaboradas a partir de experiência e estudos, que chegamos à conclusão de que o VLT ganha em todos os quesitos. Conforme bem disse o Secretário Nacional de Mobilidade Urbana que criou o Grupo de Trabalho (GT): “o VLT é a solução técnica, institucional e econômica para Cuiabá e Várzea Grande, ganha em todos os quesitos”.
Vicente Vuolo é economista, cientista político e coordenador do Movimento Pró-VLT