Rafael Medeiros Da Redação
‘’Sem emprego, sem esperança e vendo minha família morrer de fome… Não pensei duas vezes, e busquei no ônibus, a luz que eu precisava para salvar minha família da morte …’’
Hudson Rodrigo tinha sete anos, quando começou a perceber que as suas mãos ficavam cada vez mais parecidas com a de seu pai e irmãos, repletas de calos.
Ali em Rio Branco, na Capital do Acre, o roçado era de onde a família tirava o sustento.
E foi exatamente em 2008, que Hudson viajou 1.756 para Cuiabá, juntamente com sua família, a procura de emprego e aconchego.
Juntos se abrigaram em uma casa grilada no bairro Dom Aquino. Sem ter como se sustentar, dona Helia começou a fazer salgados e juntamente com o filho começaram a vender dentro dos coletivos de Cuiabá.
A ideia deu muito certo, e a renda começou a melhorar. Sem emprego o pai da família começou a ajudar na confecção dos salgados para manter a sobrevivência.
‘’Eu nunca imaginei o meu pai que só colocava a mão na enxada, ajudando minha mãe a fazer salgados… Foi ali, que eu vi que as coisas estavam realmente mudando’’ Comenta o Jovem.
Depois de dois anos vendendo salgados dentro do coletivo, eles foram obrigados a parar. A família recebeu uma multa da fiscalização da prefeitura, e foi então que pensaram em abandonar o pequeno negócio.
Dois mil reais em multa, a família não conseguiu pagar e se estabilizaram em um ponto fixo na Avenida Isaac Povoas no Centro da Cidade. Foi então que começaram a vender também água, sucos, bolos e doces.
A renda dobrou, e Hudson, poupava todo mês um valor para investir nos estudos. Porém depois de seis meses, a fiscalização voltou, e sem ter autorização de ambulantes, a prefeitura, mas uma vez aplicou uma salgada multa no negócio, que estava começando a melhorar novamente.
Foram no total quatro mil reais entregues para prefeitura, a tão sonhada faculdade não iria sair tão cedo.
Mas a família que viajou quilômetros em busca de esperança, não desistiu de trabalhar, continuaram as vendas e quitaram todas as multas pendentes.
Hoje Hudson trabalha sozinho no mesmo ponto que foi despejado, porém com alvará de funcionamento e sem nenhuma divida.
Debilitada, dona Helía não produz mais os salgados, e o pai está doente.
Aos Vinte e Sete anos, o jovem luta sozinho na barraca, conquistando o ganha pão dignamente, sem desistir de ser um grande empresário no futuro.
”E não vou parar por aqui, muitas vezes fui jugado pela aparência, por policiais e até mesmo pela população. A minha faculdade eu irei fazer sim, e essa barraca vai se tornar um grande restaurante … Eu creio .. ” Encerra o jovem sonhador.
Essa historia não acaba aqui.