NO PONTO DE ÔNIBUS: A idosa que sobrevive da fé

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Rafael Medeiros Da Redação

No ponto de ônibus da avenida 15 de novembro, na região Central de Cuiabá, encontramos a dona Vanda Fernandes, 75 anos. Benzedeira, nascida e criada na região de Chapada dos Guimarães, está passando uma temporada da vida com os filhos no bairro Coophamil em Cuiabá.

Conhecida pelo seu dom sobrenatural de cura através das ervas e rezas, a idosa passa boa parte do dia, benzendo e ajudando as pessoas com os bons conselhos.

Hoje dona Vanda foi ao Centro de Cuiabá, para comprar  plantas medicinais. Apesar de toda sua lucidez, a idosa começou a sentir o reflexo do tempo em seu corpo já cansado. Com apenas 10% da visão, pede ajuda aos amigos para fazer esse trajeto toda terça-feira.

Diariamente atende de 20 á 50 pessoas na própria residência, sem cobrar nada.

O dinheiro que a idosa recebe é voluntariamente dos pacientes, resulta na compra de dezenas de imagens, santos, orixás, anjos, velas, e ervas.

A idosa de feição cansada lembra do falecido marido.

”Mario era meu guia, adorava andar de ônibus, pra onde eu iria ele estava comigo, juntinho segurando meu braço. Ele morreu no ano passado com 98 anos, uma gripe matou meu marido” lamenta a idosa.

Ao longo de nossa conversa sobre as idas e vinda de Vanda, algo me chama a atenção: a naturalidade e o jeito brincalhão com que a idosa fala sobre como será sua passagem quando chegar sua hora de ir embora.

Falar sobre morte a todos nós soa de forma carregada e triste. Não para Valda, que mesmo tendo enterrado quatro de seus doze filhos, além de esposo, pais e irmãos, consegue tratar do assunto com leveza.

“Meu escapulário eu vou levar! Se não botarem no meu pescoço quando eu morrer, eu volto para apertar o pescoço de um! O resto eu nem ligo. Tudo pode ficar pra trás.  Eu falo disso com sorriso no rosto, alias não sou triste, sou feliz! Com meus 75 anos eu sou mais que alegre” conta rindo, aliás, o riso é sua marca.

No final da conversa de forma simples, dona Valda deixa o ultimo conselho.

”Quando você encontrar a maldade no caminho, reze, se apega a São Benedito e vai em frente. Quem corre cansa e quem anda alcança”.

Essa Historia não acaba aqui ..

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