Live com MT Mamma esclarece mitos e verdades sobre o câncer

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Alguns mitos sobre o câncer de mama ainda prejudicam muitas mulheres brasileiras, especialmente as mais jovens que deixam de procurar ajuda no início da doença, aumentando o risco de morte. Durante uma live com o MT Mamma na tarde de terça-feira (13), a diretora-presidente Cleuza Dias deixou muito claro: mais de 90% das pacientes não têm histórico familiar.

Ela também acrescentou que o perfil do câncer de mama vem mudando, talvez pelo próprio estilo de vida das mulheres, cada vez mais sedentário, o que amplia as chances de desenvolver a doença antes dos 40 anos. “Temos muitas pacientes entre 20 e 30 anos e até algumas adolescentes, muitas delas sem histórico na família, ou seja, temos que ter atenção redobrada independente da idade e contexto da família”.

O deputado estadual e médico Dr. Gimenez (PV), realizador da palestra on-line, acrescentou que os números realmente são preocupantes, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que Mato Grosso terá cerca de 8.120 novos casos de câncer em 2020. Desse total, são previstos mais de 680 novos diagnósticos de câncer de mama, sendo 220 em Cuiabá. 

“É assustador observar que o câncer de mama representa quase 30% do total de casos de câncer em mulheres e é o mais incidente entre elas – seguido do câncer de colo de útero e cólon e reto. Em 2018, dados do governo estadual mostraram que diariamente ao menos uma pessoa recebeu o diagnóstico de câncer de mama, por isso a campanha Outubro Rosa é tão importante”. 

Nenhuma mulher está “imune” ao câncer de mama. Estatísticas mostram que há 20 anos apenas 3% das afetadas por este tumor tinham menos de 40 anos, mas, atualmente, esse número ultrapassa 13%. Entre os fatores de risco estão: alimentação inadequada e industrializada, pouca ou nenhuma prática de exercício físico, sobrepeso ou obesidade, tabagismo e uso frequente de bebidas alcóolicas.

“Um estudo recente de um oncologista aqui do nosso estado mostrou algo curioso: a ausência de câncer de mama entre as mulheres indígenas, algo que podemos atribuir a fatores que comprovadamente protegem a saúde da mulher, como a prática de exercício físico regular, alimentação saudável e natural, ter filhos em idade mais jovem e a amamentação prolongada”, acrescenta Cleuza. 

O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo ou massa no seio. Um nódulo sólido, indolor e com bordas irregulares é muito provável que seja um tumor maligno. Os cânceres de mama podem ser sensíveis ao toque, macios ou redondos ou podem até ser dolorosos. Por esse motivo, é importante que qualquer nova massa, nódulo ou alteração na mama seja examinada por um médico. 

“Embora o surgimento do nódulo mostre que realmente há algo errado com a mama, é um mito muito comum achar que o câncer sempre aparece como um “caroço”, existem outros sintomas muito frequentes, que são: inversão ou descamação do mamilo, presença de secreção, inchaço e vermelhidão na mama, irritação, retração ou surgimento de rugosidade na pele das mamas”, acrescenta a representante do MT Mamma.

Caixa de pandora na saúde – Apesar de aderir às campanhas Outubro Rosa, os governos de modo geral não oferecem tratamento adequado para mulheres, pelo menos essas são as principais denúncias que chegam desde o ano passado à Frente Parlamentar da Saúde da Mulher, criada pelo deputado Dr. Gimenez. “Não adianta iluminar o prédio de rosa, colocar fitinha rosa e posar para fotos, mas não disponibilizar exames e consultas em tempo ágil e que façam o diagnóstico precoce da doença, com o intuito de salvar vidas”, frisa o parlamentar. 

Cleuza Dias, 60 anos, recebeu o diagnóstico de câncer de mama aos 48. Com uma irmã afetada pela mesma doença aos 33 anos e que veio a óbito aos 37, ela narra que não podia esperar mais. Após dois meses aguardando na fila da Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS), ela preferiu pagar do próprio bolso a biópsia e assim obter o diagnóstico mais rápido para já iniciar o tratamento. 

“A mulher com suspeita de câncer de mama não pode esperar, no entanto, temos casos de espera de até 3 anos”. Há um ano, havia cerca de 2 mil pedidos aguardando liberação na Central de Regulação, hoje, segundo a diretora-presidente é pelo menos o dobro. Outro problema apontado é que as regras usadas pela saúde pública são um mistério ou uma verdadeira caixa de Pandora. “Não sabemos onde estamos na fila ou como isso é feito, não há qualquer transparência”. 

Fonte: ALMT

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