Redação (com informações da assessoria)
Depois de uma abertura simples, despojada e pontual – às 19 horas da sexta-feira (16), conduzida pelo ator André D’Lucca, começou a 5ª edição do projeto ‘Hip-hop Combate as Drogas’, no Beco do Candeeiro. E terminou com sucesso: quatro dependentes químicos em situação de rua aceitaram tratamento em clínicas terapêuticas.
A ação, promovida pelo Núcleo Hip-hop em Ação e parceiros, como a Assembleia Social (antiga Sala da Mulher), visou sensibilizar, por meio de abordagem humanizada e apresentações artísticas, dependentes químicos que por ali vivem para a importância de se libertar das drogas.
E, para isso, contou com muita arte! Uma festiva roda de capoeira foi conduzida pelo Grupo de Capoeira Aruandê logo como primeira programação, que tomou a Praça Senhor dos Passos – convite vibrante para o público-alvo: as pessoas em situação de rua das adjacências (rua 27 de Dezembro e Morro da Luz).
Em seguida, o palco montado na praça – com estrutura de som e iluminação – foi tomado pelos artistas do hip-hop. Alan* (que deixou as ruas há poucos dias) lançou logo um freestyle (modalidade de rima de improviso) enaltecendo o evento.
E se apresentaram no rap Mano Raul, a rapper Azul, o rapper Agave, DJ Taba e outros convidados. Espontaneamente, teve apresentação de malabares e pirotecnia. E teve também a Antoniele*, que se sentiu à vontade de dançar no palco, conforme as músicas executadas pelo DJ Spinha.
Houve também os bboys Tyu e Guil se remexendo impressionantemente; e a arte de rua expressa pelos grafiteiros Preto 23, Jean Siqueira e Regis Gomes nas placas de madeirite.
Mas o ponto alto de evento foi mesmo a sopa, oferecida pela Associação Mato-Grossense dos Skatistas. Afinal, a fome é urgente! “Avisa o morro lá, que tem sopa”, pediu Gizele Silva, uma das organizadoras do evento, na esperança de que o alimento contribuísse para que outras pessoas participassem da ação.
Paralelamente, uma equipe de três psicólogos voluntários e dois dependentes químicos em recuperação conversavam com os dependentes químicos ali presentes, em busca de sensibilizar para o tratamento da doença (o vício por qualquer droga). O projeto conseguira antecipadamente seis vagas em clínicas particulares e, naquela noite, a equipe de abordagem acolheu quatro interessados em transformar a própria vida (não sem dificuldade e esforço, como qualquer mudança que exige abstinência de algo).
“Se conseguirmos sensibilizar uma pessoa, este projeto inteiro já vale a pena. Afinal, é uma vida resgatada”, conta o comunicador Raul Lázaro, o mano Raul, coordenador da organização do evento.
Para que o evento fosse possível, o Núcleo Hip-hop buscou várias parcerias. A Assembleia Social – braço social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso – contribuiu com copos de água mineral, tinta spray (para o grafite), repasse de roupas usadas arrecadadas (distribuídos às pessoas em situação de rua) e de alimentos não perecíveis (a ser entregues a clínicas terapêuticas em dificuldade e a algumas famílias carentes).
“A gente só tem a agradecer a vocês por tanta humanidade, pelo necessário acolhimento dessas pessoas, por este projeto tão valoroso, que permite a transformação real daqueles que têm forças para solicitar ajuda. É uma honra fazer parte disso e seguimos de portas abertas para outras iniciativas como essa”, declarou a diretora da Assembleia Social, Daniella Paula Oliveira.
Foto: Helder Faria