Feliz ano novo, Joana!

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Se você notar estamos sempre em meio a ciclos, alguns mais curtos, outros mais extensos. Ciclos.

 

Confesso a vocês que tenho uma relação especial com dezembro, período que marca o encerramento do grande ciclo de 365 dias de oportunidades. É o grande momento, no qual muitos já cansados estão a fechar suas malas, e avaliar a jornada feita até ali.

 

Que tempo maravilhoso, momento de confraternizar, de reconhecer, de expressar gratidão por tudo que foi realizado. Que período especial!

 

Joana está em frente à árvore de Natal. Ela leu a mensagem. Aquela, na qual falava sobre seu vazio, seus suspiros profundos pelos corredores da vida, aquelas palavras tocaram profundamente seu coração. Ela está triste, e suspira seu vazio mais uma vez, porém desta vez seu suspirar é diferente, parece até uma despedida. Se trata de uma tristeza de alguém que é capaz de enxergar.

 

“Meu Deus! Quantas oportunidades desperdiçadas!”. lamenta Joana -percebendo sua responsabilidade.  Joana está em frente da sua linda e robusta árvore de Natal e ao som de jingle bells sente seu coração se aquecer, finalmente ela compreende, agora ela pode entender… agradece, se perdoa!

 

“Esse ano será diferente!” diz Joana.

 

Com certeza será, pois ela entendeu que não se trata mais de tomar as pílulas para tapear a dor.Joana vai assumir responsabilidade.

 

Joana pega um papel e escreve ali todos os seus insights, suas percepções que estava a ter como uma forte tempestade, e que com o passar dos minutos vai se abrandando e se tornando um sereno chuvisco, em um dia cinza…

 

Ela iniciava pela primeira vez a jornada para dentro de si, e ali pode discorrer sobre suas percepções.

 

Assim escreveu:“Me senti pequena, mas confesso que é melhor me sentir a pequena Joana, de um tamanho insignificante, mas presente diante do que é meu. Do que aquela grande Joana, observadora crítica e reclamona, encolhida para dentro. E mesmo tão pequena – confesso que me sinto melhor. Pois agora entendo que não se trata mais do outro… do outro ingrato, malvado e injusto, da Joana sem sorte, vítima, coitadinha, sempre à espreita…. Me senti estremecer

 

Pela primeira vez, me senti vulnerável e esse sentir estava além do que podia controlar, como sempre fiz com minhas paixões fugazes, minhas distrações… agora eu sei que elas são ilusões…

 

Quando me vi não tinha forças e o meu potencial tão cheio de si, ficou pequeno, impotente e incapaz. Potencial casca…

 

Meu coração ficou triste, desanimado e desconfortável.

 

Minha voz tão forte, tão firme e segura ficou baixa, fraca e pequena.

 

Pela primeira vez eu posso compreender que mesmo se comparando a uma pequena formiguinha insignificante, eu posso agora notar minha presença no mundo, minha responsabilidade sobre o que ocorre a minha volta, e compreender que a grandeza de conteúdo,e não mais da casca, só dependiade mim, que naquele momento era EU e não mais o que acontecia comigo… o que o outro fazia comigo… a pequena formiguinha, pequenina e forte.

 

Assim resolvo me respeitar.

 

Assumo esse lado, que supreendentemente e raríssimas vezestinha me dado conta de existir em mim….

 

Falo raras vezes, porque agora me sentindo assim posso me lembrar de mais uma experiência parecida, mais uma, mais uma…

 

E que me fazem compreender o que acontece comigo neste instante.”

 

Aprecio essas lembranças e esse sentimento, e me lembro de um lindo poema que ouvi certa vez de um grande mestre chamado Steve Gilligan, que dizia mais ou menos assim:

 

“Deixe seu coração se partir, e quando ele se partir em mil pedaços, se abra para o mundo, e deixe ele ganhar o mundo, e verás que aquilo que achou que ia te matar, te fez ainda mais forte e vivo!”

 

Maravilhosa metáfora, me abrir para este sentir…  para me orgulhar da pequena formiga que naquele momento eu havia me tornado, de sentir a tristeza, e tristeza é bom, já dizia o poeta e artesão Hélio Leites, a tristeza permite que você enxergue aquilo que a alegria, às vezes, disfarça e não te faz perceber.

 

Coloco em um prato de ouro aqui, minhas limitações, minhas insatisfações, frustrações, e me reconheço Humana, agora nesse momento limitada, mas em muitos momentos forte.

 

Vivendo e respeitando a minha dualidade, dando um bom lugar para cada uma dessas partes que carrego dentro de mim.

 

Sendo livre, percebendo cada reação, e decidindo cada ação sobre.

 

Livre…grande…Pequena…Ou talvez simplesmente, Eu, assim como outro ser, com sentimentos tão parecidos como o meu, que me fazem mais um especial e comum neste mundo maravilhoso.

 

Sim, eu ouvi você!

 

Eu quero mais, porque hoje eu entendo e assim posso agir!

 

Eu tenho coragem e gratidão!Eu sou Joana com muito orgulho!

 

 

Cynthia Lemos é Psicóloga Empresarial e Coach na Grandy Desenvolvimento Humano. Especialista no Desenvolvimento de Líderes e Empresas tem a missão de: Expandir a Consciência e Gerar Ações Transformadoras – para pessoas e empresas que desejam evoluir em seus projetos e objetivos. Email: [email protected]

 

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