Em MT, 84% das redes de ensino preparam retorno das aulas presenciais

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Por Joanice de Deus |Com a reabertura das mais diversas atividades econômicas, a discussão sobre a volta das aulas presenciais em meio à pandemia da Covid-19 ganhou força.

Em Mato Grosso, as escolas públicas ligadas à Prefeitura de Cuiabá e ao Governo do Estado ainda não têm uma data definida para reabertura dos portões, fechados desde o fim de março passado.

Enquanto isso, levantamentos vêm sendo realizados para identificar as medidas adotadas para amenizar os impactos negativos na área e o momento adequado para o retorno das atividades presenciais.

Este é o caso do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), que realizou um estudo sobre ações implementadas pelas redes públicas de ensino diante da pandemia.

O levantamento mostrou que 91,6% das redes estadual e municipais oferecem, desde maio deste ano, aulas ou conteúdos pedagógicos aos estudantes.

Além disso, apontou que 84% já estão se preparando para a volta às aulas presenciais e 75% já possuem estratégias para evitar o abandono escolar no retorno das atividades.

Somente o sistema público estadual conta com aproximadamente 40 mil profissionais e 390 mil alunos.

Realizado entre abril e junho deste ano pela Secretaria de Controle Externo de Educação e Segurança do TCE-MT, o levantamento foi homologado pelo Pleno do TCE, em sessão extraordinária do último dia 24 e está sob a relatoria do conselheiro Luiz Carlos Pereira.

O documento apresenta diversas recomendações aos gestores. Por isso, será encaminhado à Secretaria de Estado de Educação e para as 141 prefeituras para que tomem conhecimento das recomendações do Tribunal de Contas.

Durante o trabalho, foram verificados temas como o planejamento para a volta às aulas presenciais, a distribuição de alimentos às famílias dos estudantes, as práticas pedagógicas adotadas no período de suspensão das aulas, entre outras.

As informações foram coletadas na Seduc e nas secretarias municipais de educação de 141 municípios.

Conforme o relator, entre as redes de ensino tanto estadual como municipais, que estão ofertando conteúdos pedagógicos, em grande parte delas, há uma mescla de ferramentas online e off-line.

Aos estudantes que têm acesso à internet, são disponibilizadas aulas via plataformas como “Google Classroom”, aplicativo ou vídeos e arquivos no formato PDF no site da Secretaria de Educação.

Porém, ele destaca que é preciso considerar o fato de que, na maioria das casas com conexão, ela ocorre via celular, o que exige conteúdos adaptados ao tamanho restrito da tela e traz limitações em relação à quantidade de dados disponíveis.

“Os dados apresentados pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI.br) com relação ao uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) demonstram que somente 39% dos lares brasileiros tinham computador com acesso à internet em 2018”, disse ele, por meio da assessoria de imprensa.

Em Mato Grosso, nas redes municipais e estadual, para os estudantes que não têm acesso à rede, estão sendo disponibilizadas atividades impressas que podem ser retiradas na escola, sendo que algumas prefeituras municipais estão entregando os materiais nas residências dos estudantes que moram mais afastados.

Também foi identificado que as atividades pedagógicas não presenciais aos estudantes estão sendo disponibilizadas por meio da Plataforma ‘Aprendizagem Conectada’ (www.aprendizagemconectada.mt.gov.br), além de ofertar caderno apostilado impresso.

O levantamento apontou ainda que, de modo geral, o WhatsApp é o mais utilizado na comunicação das secretarias de educação estadual e municipais com as escolas e comunidade, assim como entre os gestores das unidades escolares, os professores, os alunos e seus responsáveis.

Por fim, foram sugeridas ações quanto à distribuição da alimentação escolar aos alunos, à elaboração de estratégias para oferecer aulas e conteúdos pedagógicos durante a suspensão das atividades presenciais a todos os estudantes e em relação à oferta de capacitações e de assessoramento aos profissionais da educação, para que possam lidar com ferramentas que possibilitem o ensino remoto.

Contudo, relatos dos professores feitos ao Sindicato dos Trabalhadores (Sintep-MT) apontam que mais de 50% dos matriculados nas salas virtuais estão desconectados ou pela falta de acesso a equipamentos e à internet, entre outros.

As dificuldades citadas passam pela qualidade do sinal necessário para suportar a conexão da plataforma “Teams” como também são enfrentadas por àqueles que dependem das apostilas, diante da dificuldade em esclarecer as dúvidas.

Eles relatam ainda frustração e angústia diante das aulas remotas e apostiladas, bem como sobrecarga da jornada de trabalho.

Por sua vez, a Seduc realiza uma pesquisa com os responsáveis dos estudantes matriculados na rede estadual sobre a reabertura ou não das escolas. A enquete é realizada de forma on-line e está disponível no site do órgão estadual.

O questionário tem cinco questões para os pais responderem, como a etapa de ensino do filho, se concordam com a retomada das aulas presenciais, se o filho tem algum tipo de comorbidade e se convive com alguém que tenha uma.

Fonte: Diário de Cuiabá

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