A orientação durante a live realizada nesta terça-feira (25), feita pelo deputado estadual Dr. Gimenez (PV), é para que a população não use fogo para limpeza de pastagens (área rural) ou quintal (áreas urbanas). Além disso, é importante que se denuncie as ocorrências de queimadas, pois são passíveis de prisão em flagrante e multas administrativas aos infratores. O evento on-line foi feito em parceira com o Corpo de Bombeiro de Mato Grosso (CBMMT).
“Infelizmente, mesmo sendo proibido o ano inteiro nas cidades e de julho a setembro (período proibitivo) em áreas rurais, mais de 90% das ocorrências são originadas por ação humana, ou seja, alguém coloca o fogo. Por causa das condições climáticas, geralmente o fogo sai de controle provocando incêndios florestais”, explicou o coronel Alessandro Ferreira, comandante-geral do CBMMT.
Sobre a situação no Pantanal mato-grossense, que vem afetando a qualidade do ar em Cuiabá e Várzea Grande, ele pontou que um conjunto de fatores vem contribuindo com os problemas, entre eles, a questão climática é a principal. A região está enfrentando a pior seca nos últimos 30 anos e também está com uma grande quantidade de material orgânico acumulado, o que facilita a combustão (queima).
“Temos a combinação de altas temperaturas e uma umidade relativa do ar abaixo de 10% entre julho e agosto, que é uma condição extrema e pior que o deserto do Saara. Diante desse quadro, a qualidade de vida fica comprometida (já que a umidade satisfatória para a sobrevivência humana é acima de 60%) e qualquer fagulha de fogo pode gerar um incêndio sem proporções”, orienta.
Para o parlamentar, que é médico, os moradores de Mato Grosso devem ficar muito atentos aos sintomas de doenças respiratórias, alergias e resfriados que são comuns neste período e que podem ser confundidos com o novo coronavírus (Covid-19). “Peço a todos que intensifiquem os cuidados, façam isolamento e/ou distanciamento social, porque a pandemia não acabou”.
Nas cidades, moradores devem respeitar a proibição e não atear fogo em lixo ou folhas secas nos quintais ou terrenos baldios, já que o adensamento populacional e baixa arborização prejudicam ainda mais a qualidade do ar, multiplicando os atendimentos na saúde. “Na minha casa, eu coloco esse material oriundo de podas e grama em sacos para o lixeiro levar, vamos todos contribuir, pois o estado não dá conta sozinho de cuidar de mais de 3 milhões de habitantes”, disse cel Ferreira.
Para os produtores rurais, é importante prudência, além de manter o aceiro nas propriedades e estradas e acesso, outra dica é deixar para fazer qualquer tipo de atividade entre o final da tarde e o início da noite, quando a temperatura está mais amena e a umidade do ar mais alta. É fundamental ter um reservatório de água próximo para ser utilizado em caso de acidentes, já que o fogo é mais fácil de ser controlado e apagado logo no início.
“Nós atendemos ocorrências recentes em que o incêndio não foi intencional, a pessoa estava trabalhando quando a fagulha saiu do trator e atingiu a vegetação. Como era um horário de grande incidência de sol e de ventos, rapidamente o fogo se alastrou e queimou uma grande área e também o trator, gerando muitos prejuízos inclusive econômicos ao proprietário”, acrescentou o comandante-geral.
Dica para áreas rurais – O Corpo de Bombeiros incentiva a parceria de assentamentos com as prefeituras para o uso compartilhado de maquinários no manejo do solo, já que neste período do ano (entre 1º de julho e 30 de setembro), fica proibida a queima controlada nas áreas rurais, que é feita mediante autorização do órgão ambiental estadual. “A gente sabe que é muito difícil limpar áreas de 7 ou 10 hectares manualmente, mas existem hoje diversas técnicas melhores e que inclusive evitam o empobrecimento do sol e não têm riscos de acidentes com o fogo”.
Como denunciar queimadas – Pelo artigo 41 da Lei de Crimes Ambientais, provocar incêndios em matas ou florestas pode resultar em uma pena variável de dois a quatro anos e multa, em caso de crime doloso (intencional), e de seis meses a um ano e multa, se for culposo. O valor da multa varia entre R$ 1 mil e R$ 7,5 mil por hectare. Para denunciar em áreas rurais: 0800 647 7363; e em área urbana: 193.
Acesse na íntegra a live – canal no YouTube do deputado Dr. Gimenez:
https://www.youtube.com/watch?v=Qv6R1yqk9-c