Drag queens: A arte por trás de homens vestidos de mulher

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Allan Mesquita, repórter da RDM Mato Grosso

A diversidade de gênero vem consolidando cada vez mais o seu espaço no corpo social, e os transformistas, popularmente conhecidos pelos termos em inglês drag queen, são sinônimos da conquista de pessoas que levam a arte e entretenimento ao público através da personificação feminina. Entretanto, ainda existe um olhar pejorativo sobre o assunto em função do preconceito, mas que pode ser apequenado por meio da informação.

A transformação onde homens se vestem de mulheres são utilizadas desde as apresentações teatrais na Grécia e nos espetáculos de Kabuki no Japão, onde os papéis femininos eram feitos por homens, já que mulheres eram proibidas de atuar no teatro. Entretanto, não é preciso ir muito longe para observar o trabalho de um transformista. No Brasil, o símbolo Drag Queen é representado principalmente no cenário musical, artistas como Pabllo Vittar, Glória Groove e Aretuza Love são exemplos da forte do empoderamento Drag no país.

O Jovem, Matheus Yohan, de 24 anos, que também faz parte da comunidade drag Mato-grossensse conta que começou a se produzir desde os 13 anos, dando origem a sua a personagem Flor de Lis.

“Eu já fui muito conhecida como ‘drag do povo’ e eu gosto de estar com as pessoas e amo cativá-las, ela e eu não mudamos, apenas na aparência, porque vejo que sou dois em um. Flor de Lis é um complemento do Matheus Yohan’’ enfatiza o jovem explicando que não existe diferença entre ele e sua intérprete.

A produção da Flor de Lis leva em média cerca de 1h30 e conta com um visual totalmente extravagante, Matheus explica que gasta em torno de R$ 300,00 por produção entre roupas, acessórios, perucas e maquiagens para dar vida a sua personagem.

“Me monto porque gosto muito e amo maquiagem, além disso, faço alguns Jobs como DJ com participações em eventos e complemento minha renda. Acredito que falte um pouco de valorização da produção de drag” enfatiza o jovem.

Matheus fala que tem receio do preconceito, mas que teve o privilégio de ter o apoio da família. A mãe de Matheus, Gisele Pereira, de 41 anos conta que “Sempre soube e apoiei ele desde pequeno, me lembro que ele pegava minhas roupas escondido. O único receio que tive foi em relação ao preconceito por parte de outras pessoas, principalmente depois que um conhecido nosso foi vítima da violência homofônica. O próprio Matheus já quase sofreu com isso, por sorte um amigo nosso estava próximo e evitou que os rapazes agredissem ele. Eu apoio, só zelo pela segurança dele quando sai de casa” assegurou Gisele.

Apesar da montagem Drag Queen ser admirada por muitas pessoas da comunidade LGBT e simpatizantes, é um meio que ainda oprimi muitas pessoas em função do preconceito da diversidade gênero. Segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT) o preconceito já resultou na morte de oito pessoas homossexuais no estado em 2018, das quais três foram decorrentes de suicídios. Em 2017, de janeiro a dezembro, foram 14 homicídios e em 2016, no mesmo período, foram nove. Entre os meses de janeiro e abril deste ano, foram registradas 33 ocorrências com motivação de homofobia em Mato Grosso.

Para as pessoas que se sentem oprimidas, Matheus deixa o conselho: “Jamais deixem o seu drag morrer, o seu lado feliz, cativante, o seu lado do bem que chama a atenção das pessoas e transmite paz e felicidade”.

Veja as fotos da transformação:

Colaboraram: Leonardo Mauro, Eloany Nascimento, Gizele Carvalho, Juliano Toledo, Ediélissa Eduarda e André Luís.

 

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