Rafael Medeiros Da Redação
Um terço dos mato-grossenses desempregados atualmente sobrevive com bicos e trabalhos temporários, geralmente informais, aponta uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Para 29%, o sustento vem da ajuda financeira da família ou amigos e 7% recebem auxílio do programa Bolsa Família.
Apenas 2% utilizam poupança ou investimentos feitos no passado. O estudo, que entrevistou 600 pessoas em diversas cidades do estado, revela que a falta de trabalho provocou a queda no padrão de vida de seis em cada dez mato-grossenses.
O Jornal do Ônibus conversou com a Zilma Carvalho, 40 anos, cuiabana e desempregada ela faz unha de cliente a domicilio.
‘’Fui secretaria de uma empresa há 15 anos, sem estudo perdi a vaga. Sorte que aprendi a fazer unhas quando jovem, até surgir outra oportunidade, eu vou vivendo assim.. Fazendo unha de porta em porta. Somente assim pra sobreviver, se eu não trabalhar fico sem comer’’ Comenta a manicure.
Entre os trabalhos informais mais comuns, estão os serviços de pedreiro, pintor, eletricista, produção de comida para vender, serviços de diaristas, lavagem de roupa e serviços de beleza, como manicure e cabeleireiro.
A média de dedicação a esse trabalho é de três dias por semana. Essa periodicidade revela não apenas uma escolha, mas escassez de oportunidade, pois apenas 12% dos que fazem bicos consideram que está fácil conseguir esses trabalhos.
O levantamento revelou também que 41% dos desempregados possuem contas em atraso, sendo que 27% estão com o nome negativado em faturas do cartão de crédito, contas de luz, contas de água e parcelas do carnê ou crediário.
Em relação aos cuiabanos, a pesquisa mostra que mais da metade (52%) dos desempregados abandonou algum projeto ou desistiu da aquisição de um sonho de consumo por causa da demissão.