Confusão no tabuleiro

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De janeiro para cá, muita coisa mudou no cenário político, mas a oposição não se organizou

No começo de janeiro deste ano dei uma longa entrevista de avaliação da política ao jornalista Anselmo Carvalho Pinto do site Midianews. O título da matéria foi “Pedro Taques ganha por WO”.

 

Arriscava ali a dizer que o governador estava absolutamente sem numa oposição organizada o suficiente pra derrubá-lo da condição de candidato único ao governo em 2018. Dizia mais na entrevista: “todos os eventuais pretendentes são oportunistas e estão esperando os movimentos do governado pra se mexer”…

 

Claro que apanhei legal nas redes sociais e nos comentários de leitores. Todo mundo entrou numa imensa teoria da conspiração a meu respeito. Mas serviu como ponto de partida pra acordar os eventuais pretendentes. De lá pra cá muita coisa mudou. O governador perdeu o seu franco favoritismo por conta de críticas a sua gestão e ao desequilíbrio fiscal das contas públicas, especialmente em 2018.

Como oposição surgiu o senador Welinton Fagundes que não tem força sozinho pra montar uma candidatura de governador

Mas a oposição ainda não se organizou. Opera muito amadora.

 

Como oposição surgiu o senador Welinton Fagundes que não tem força sozinho pra montar uma candidatura de governador. De outro lado, a turma dos dissidentes do governador também não tem força. Parece muito difícil uma união estável entre os dissidentes e a oposição. O que temos hoje são candidaturas prováveis. Nomes em busca de espaços: Carlos Fávaro, Otaviano Piveta, Welinton Fagundes, Mauro Mendes. E numa linha acessória despontando o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato. Fora o governador.

 

Nesta semana o grupo dos dissidentes e o senador Welinton se reuniram em Brasília com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, pra tratar do tema eleições em Mato Grosso.

 

Ele deve ficar com um dos dissidentes pra disputar o governo. No final da semana passada deu sinais de que olha com atenção pra o ex-vice-governador Carlos Fávaro, mas não dispensou Otaviano Pivete e nem Welinton Fagundes. Na escala das suas preferências mais efetivas, estaria Mauro Mendes que ainda está numa longo processo de decisão se sai ou não candidato.

 

Aliás, a confusão foi provocado por Maggi quando há dois meses desistiu de tentar se reeleger senador e se afastar da política. Mas é dele a responsabilidade definitiva de abençoar um nome para disputar o governo. Querendo ou não ele é a maior liderança política do estado ao lado do governador Pedro Taques. Este vive em processo de enormes contestações na opinião pública e nos partidos políticos.

 

Nos próximos dias isso terá que ser resolvido. O tempo está correndo e a engenharia que se gasta nessas montagens é a da artilharia pesada.

 

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Cuiabá

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