Setembro terminou marcado por chuvas irregulares e temperaturas muito altas, numa combinação que não favoreceu o avanço do plantio da safra 2020/21 de soja.
Até quinta-feira (1°), apenas 1,6% da área estimada para o Brasil estava semeada, contra 0,7% uma semana antes, 3,1% no mesmo período do ano passado e 4,5% na média de cinco anos, de acordo com dados da AgRural.
Embora Paraná e Mato Grosso – os dois estados que normalmente dão a largada no plantio brasileiro – tenham recebido algumas pancadas de chuva, os volumes foram pequenos e localizados, ficando longe de o ideal para os trabalhos ganharem ritmo.
No Paraná, onde as precipitações foram ligeiramente mais significativas, o plantio evoluiu um pouco melhor, mas mesmo assim há atraso em relação ao ano passado e à média de cinco anos.
Em Mato Grosso, que também está atrasado, produtores que plantam algodão na segunda safra, e que por isso contam com janela mais curta do que aqueles que cultivam milho na safrinha, avançaram com a semeadura da soja mesmo sem umidade.
A maioria, porém, tem preferido esperar. O problema é que os mapas de previsão continuam mostrando tempo quente e seco na primeira quinzena de outubro.
A área estimada para a primeira safra de milho da temporada 2020/21, o “milho verão”, estava 31% plantada até quinta-feira (01) no Centro-Sul do Brasil, de acordo com levantamento da AgRural.
O número representa avanço de cinco pontos sobre os 26% de uma semana antes, está em linha com a média de cinco anos, mas é inferior aos 38% do mesmo período do ano passado.
Chuvas nos estados do Sul, especialmente Paraná e Santa Catarina, favoreceram o avanço dos trabalhos, mas maiores volumes seriam bem-vindos nos três estados da região e principalmente no norte do Rio Grande do Sul.
Por Marianna Peres
Fonte: Diário de Cuiabá