Por Silvana Pereira Pompeu
Amor a primeira vista existe? Sim, e não precisa de um beijo para gostar de você. O amor começa simultaneamente ao primeiro olhar, uma luz irradia a pessoa que você está olhando, fazendo o seu coração bater mais forte, mais acelerado, enchendo de amor.
Ás vezes, está em seus sonhos a pessoa que você procura a vida inteira e, de repente, está ali, na sua frente! E o mais engraçado é que você já gosta dela até mesmo sem conhecê-la, pois o amor não começa nas palavras e sim no olhar. O coração bate mais forte ainda quando você olha para aquela pessoa e ela já está olhando para você.
Aí os olhares se cruzam e o sorriso aparece. Só quem já viveu de olhares acredita no brilho, na intensidade de um sorriso e de um amor a primeira vista. Não existe palavras que descrevam tal sentimento que é inevitável.
“Sou filha única entre sete irmãos que tinham muito cuidado comigo. Mamãe e papai nunca deixaram eu namorar. Já com meus 30 anos fui a uma festa em Acorizal onde na época meu irmão Duzinho era prefeito da cidade. Um moço mandou me entregar uma prenda. Esse moço era Eleotido. Depois fui em outra festa na Mata Grande onde morava meu outro irmão Vicente. Ali começamos a namorar e logo Eleotido me pediu em casamento. Foi amor a primeira vista. Quando cheguei em casa e falei para mamãe parece que a casa ia cair. Depois disso, eu disse a ela: – mamãe não precisa a senhora ficar brava! Se a senhora não quer, eu despacho ele hoje mesmo. Minha mãe não queria o namoro porque não sabia da vida dele, por ele morar em Acorizal. Mas ele me disse que não me descartava não! Vendeu tudo que tinha em Acorizal e veio de carrocinha se estabelecer em Várzea Grande. Daí ele me disse: – vou morar aqui para seus pais verem quem é Eleotido Antônio Corrêa. Eles não me conhecem! Sou pobre, mas faço qualquer coisa. Nada vai me impedir de ver você!
Eu frequentava a missa com a mamãe e ele entrava, me olhava e pronto. Um belo dia, ele disse que não queria mais assim. Foi a minha casa, minha cunhada foi me chamar dizendo que ‘Tido’ estava na porta. Mas mamãe não queria! Ele não desistiu! Entrou mesmo com a mamãe de cara amarrada e me pediu em namoro. Papai disse: – tem um porém, é só sábado e domingo das 7h30 às 8h e dentro de casa. Namoramos assim dois anos e quando Tido foi me pedir em casamento, papai ainda disse: – se você aceitar morar aqui em casa tá feito. Caso contrário, nada feito e não fica rodando minha casa, deixa minha filha em paz. No primeiro momento Tido pediu para pensar, pois tinha medo dos outros pensarem que ele ia viver nas costas do sogro, mas depois logo aceitou. Depois do casamento nós íamos passear no Hotel Águas Quentes, mas mamãe escondeu minha mala. Ela achava que, agora que casou ele mandava e iria sumir com a filha. Ela tinha medo dele me levar embora. Então ficamos por ali mesmo, sem passear”, conta Margarida Maria de Barros Corrêa, soltando aquela gargalhada. “Ele lutou e venceu. graças à Deus este amor e respeito dura até hoje”.
Neste dia dos namorados deparamos com esta linda história de conquista e amor que começou há 60 anos em 1957. Na época, Eleotido com 28 anos e Margarida 30.
A casa é a mesma, o quarto é o mesmo e o respeito também. Para eles o catolicismo e o juramento perante Deus é o que prevalecem até hoje. O respeito, o amor, a preocupação um para com o outro e a cumplicidade perduram eternamente. Seu Tido é um eterno conquistador.
Sua eterna namorada Margarida está com os mesmos olhares e sorrisos da primeira vista. Desta união nasceram três filhos, ganharam duas noras, um genro, seis netos e uma casa cheia de amor.