Câmara exige VLT

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Foi realizada no último dia 30 de maio, na Câmara Municipal de Várzea Grande, uma importante reunião para discutir a paralisação das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um imbróglio que se arrasta desde 2014, período projetado para ser inaugurado.

 

Na oportunidade, fui convidado pelo ilustre Vereador Rodrigo Coelho para palestrar sobre a importância desse modal de transporte, além, de lançar um Movimento pela conclusão imediata das obras.

 

O gesto da câmara municipal várzea-grandense nos remete à prática da “Boa Política”, cuja preocupação é com as grandes causas. Foi um ato público com a grandeza da cidade, segunda maior do Estado, com 282 mil habitantes (dados do IBGE, 2018).

 

A indignação tomou conta dos vereadores na tribuna da Câmara, que exigiram respeito ao investimento já realizado. Os vereadores Fabio Tardin, Rogério Dakar, Ferrinho, Chico Curvo se juntaram ao Vereador Rodrigo Coelho para cobrar do poder público a conclusão imediata das obras. Não faltou a eloquência do filósofo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Ricardo Palma, do apoio irrestrito do atuante Instituto de Engenharia, representado pelo engenheiro Jorge Rachid, além das explanações técnicas do representante da Secretaria de Infraestrutura, Raphael Detoni. A juventude esteve presente também, representada pelo jovem Pedro Luís, líder do projeto “A cultura da consciência cidadã”, de Várzea Grande.

 

A indignação se justifica. A frota automobilística já ultrapassou 151.000 veículos e isto significa mais poluição e mais engarrafamento. Não podemos esperar chegar a meio milhão para tomar uma providência. É preciso replanejar a cidade.

O VLT começa ali, logo no aeroporto, planejado, para nessa primeira linha chegar ao Centro Político Administrativo (CPA). Por isso, nada mais justo que a movimentação social e política para exigir a retomada das obras se inicie por ali.

Várzea Grande tem história. Os índios Guanás foram os primeiros habitantes. Eram considerados hábeis canoeiros e pescadores. Foram os precursores da atividade econômica da região e também da indústria manual com a confecção de redes e da produção da cerâmica.

 

Depois de um período servindo como distrito de Cuiabá, a localidade foi emancipada em 1948, por lei estadual de autoria do deputado estadual Licínio Monteiro da Silva e sancionada pelo Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo.

 

Em 1949, ano da instalação do novo município, houve a instalação, também, da Câmara Municipal de vereadores da cidade, tendo como seu primeiro presidente Benedito Gomes da Silva, situada na Avenida Couto Magalhães.

 

Até 1952, a população carregava água em poços e cacimbas para abastecer as suas residências. Mas, graças ao prefeito Júlio Domingos de Campos (Fiote) foi iniciada a construção da primeira caixa d’água na Avenida Filinto Muller.

 

Em 1964, foi instalado o terminal do Aeroporto Marechal Rondon na Avenida João Ponce de Arruda, transferindo assim da Vila Militar para Várzea Grande e no mesmo ano o município passava a comemorar o aniversário da cidade como feriado municipal.

 

Várzea Grande cresceu. É um polo atacadista, centro industrial e comercial, sedia nosso aeroporto internacional Marechal Rondon e constitui o terceiro Produto Interno Bruto de Mato Grosso. O VLT começa ali, logo no aeroporto, planejado, para nessa primeira linha chegar ao Centro Político Administrativo (CPA). Por isso, nada mais justo que a movimentação social e política para exigir a retomada das obras se inicie por ali.

 

Essa reunião marcou o início de uma caminhada que só se completará com o término das obras e o início da operação do VLT em programa que esperamos tenha sempre a participação social para definição do funcionamento, preços e regras de uso.

 

O próximo passo será a estruturação do Movimento. Você, leitor e leitora, tenho a certeza que virá com a gente nessa caminhada.

 

VICENTE VUOLO é economista e cientista político.

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