Brasil tem 1 estupro a cada 10 minutos e 1 feminicídio a cada 7 horas

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Por Rute Pina e Camila Brandalise

Levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e divulgado nesta segunda-feira (7), véspera do Dia Internacional da Mulher, mostra que o número de estupros contra mulheres aumentou 3,7% em 2021 em relação a 2020 Foram 56.098 casos no ano passado, ou um crime a cada dez minutos. Em relação aos feminicídios, os registros caíram 2,4%, mas o país segue com o índice alarmante de um assassinato motivado pela condição feminina a cada sete horas.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, a entidade aponta um total de 100.398 meninas e mulheres vítimas de violência sexual até 31 de dezembro de 2021. Das 27 unidades federativas do país, 18 tiveram aumento dos casos de estupro e estupro de vulnerável — quando a vítima tem menos de 14 anos ou é incapaz de oferecer resistência. A pesquisa foi feita com base nos boletins de ocorrência das polícias civis brasileiras.

Entre os estados que mais registraram aumento nos crimes sexuais estão Paraná (110%), Maranhão (46%) e Alagoas (23%). As maiores quedas ocorreram no Distrito Federal (25%), no Amazonas (16%) e em Santa Catarina (6%). Redução no número de feminicídios foi impulsionada por São Paulo A queda de 2,4% no número de feminicídios em 2021 foi impulsionada pela redução significativa dos casos em São Paulo —foram 24% de registros a menos no ano passado. Sem os dados do estado, o país teria registrado avanço de 1%.

A taxa de mortalidade por feminicídio foi de 1,22 morte a cada 100 mil mulheres, recuo de 3% em relação ao ano anterior. Além de São Paulo, apenas seis estados registraram taxas abaixo da média nacional no ano passado: Ceará, Amazonas, Rio de Janeiro, Amapá, Rio Grande do Norte e Bahia. Os estados que registraram as maiores taxas de assassinatos de mulheres foram Tocantins, Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Piauí. O levantamento destacou o crescimento dos feminicídios em Tocantins, que passou de nove vítimas em 2020 para 22 no ano passado, um aumento de 144%.

O estudo aponta ainda que houve aumento dos casos entre os meses de fevereiro e maio de 2020, quando houve maior grau restritivo de isolamento social por causa da pandemia de covid-19. Entre março de 2020 e dezembro de 2021, 2.451 mulheres foram vítimas de feminicídio.

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