Bolsonaro se articula e enfraquece Rodrigo Maia e o próprio DEM no Congresso

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PESO DO PLANALTO

Sérgio Lima/Poder360

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já sentiu o peso de articulação do presidente da República Jair Bolsonaro. É que o plano de Bolsonaro de dividir o DEM começa a se desenhar. “Rodrigo agiu de maneira personalista e egocêntrica e não deixou nenhuma candidatura crescer. E terminou por prejudicar Alcolumbre. Agora, vai ser difícil”, avaliou o deputado Arthur Maia (DEM-BA). Bolsonaro já alardeava que Maia prejudicaria e própria reeleição e, de quebra, levaria Davi Alcolumbre para o buraco caso houvesse possibilidade de reeleição. A estratégia de Bolsonaro de enfraquecer a união do DEM parece ter dado certo.

QUEDA DE BRAÇO

Com o enfraquecimento de Rodrigo Maia e do próprio DEM na disputa pela presidência da Câmara dois grupos principais se articulam: um é comandado pelo próprio Rodrigo, formado por partidos de centro-direita como PSDB, DEM e MDB; e outro é o do Centrão, que hoje apoia o governo de Jair Bolsonaro. Já a oposição, formada por partidos de esquerda como o PT, o PDT e o PSB, ainda não decidiu quem vai apoiar. A tendência é que estes partidos negociem apoio a um candidato de um dos dois grupos. Maia apoia o líder do MDB, Baleia Rossi. Mais Diz ter o apoio também do PSL, PSDB, Cidadania e PV, somando 157 deputados. Do lado de Bolsonaro, o candidato é o deputado Arthur Lira (PP-AL), com apoio do PL, PSD, Solidariedade, Avante, PSC, PTB, Pros e Patriota, somando 170 deputados.

TERCEIRA VIA

O atual vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP) deixou o bloco independente, liderado pelo atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e será candidato também independente, mas como terceira via. A eleição para a mesa diretora da Câmara acontece no dia 1º de fevereiro. A votação é secreta e por isso além de alianças entre os partidos é necessário um corpo-a-corpo com os deputados, já que há muitas dissidências dentro das legendas, especialmente na esquerda.

OS ÚLTIMOS SERÃO…

O velho jargão de quem sai por último chega em primeiro foi usado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para amenizar a demora dele e de seus aliados para indicar um candidato à eleição da nova presidência da Casa. A manifestação ocorreu após o líder do Centrão, Arthur Lira, oficializar seu nome na disputa pela presidência da Casa. Mesmo sob pressão, o grupo de Maia só definirá um nome para a sucessão nesta sexta-feira. De acordo com Maia, “sair em primeiro não significa nada”. É bom lembrar que o seguro morreu de velho.

MDB FORA

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se movimenta para escolher um candidato fora do MDB à sua própria sucessão. Alcolumbre se reuniu com o presidente Bolsonaro e pediu a benção. A eleição da cúpula da Câmara e do Senado está marcada para fevereiro de 2021. Alcolumbre disse a aliados que o Planalto não se posicionará contra o seu “plano B” após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter barrado a possibilidade de ele próprio concorrer à reeleição. O vice-presidente do Senado, Antonio Anastasia (PSD-MG), o líder do DEM na Casa, Rodrigo Pacheco (MG), e os senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Kátia Abreu (Progressistas-TO) e Daniela Ribeiro (Progressistas-PB) são alguns dos nomes na lista do presidente do Senado para a sucessão.

FREIO NO BC

Foto: FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Apesar de o Banco Central já ter avisado que está se preparando para aumentar a taxa básica de juros (Selic), o presidente Jair Bolsonaro disse a aliados que não acredita em uma mudança tão cedo da política monetária. Em comunicado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira, o BC ressaltou a sua preocupação com os rumos da inflação, cujas projeções para 2022, ano para o qual a política monetária vai mirar, estão muito próximas do centro da meta. Para Bolsonaro, os juros nos menores níveis da história, de 2% ao ano, são um trunfo político. Portanto, no entender dele, não é o momento de perdê-lo, sobretudo porque uma eventual alta será atrelada à incapacidade do governo de conter os reajustes disseminados de preços

 

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