Apresentador da Fox que entrevistou Bolsonaro canaliza a voz da direita americana

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Apresentador do programa de maior audiência da TV a cabo americana, Tucker Carlson é também a voz do conservadorismo e da direita no país. Destila diariamente no horário nobre da Fox News uma realidade alternativa e catastrófica em temas como imigração, aborto, vacinas, máscaras e violência armada.

Ele tece elogios a autocratas como Vladimir Putin e a Viktor Orbán e dá ênfase a teorias da conspiração. Não por acaso foi festejado pelo presidente Jair Bolsonaro e ainda ganhou dele um cocar após entrevistá-lo nesta quarta-feira no Palácio da Alvorada.

Para entender a influência de Tucker Carlson, basta ler a análise minuciosa de 1.150 episódios de seu programa feita pelo jornal “The New York Times”, que o considera o mais racista, e de certa forma o mais bem-sucedido, da história da TV a cabo do país.

De acordo com o levantamento, o tema da “grande substituição” aparece em pelo menos 400 dos episódios do “Tucker Carlson Tonight”. Com sua verve provocativa, o comentarista defende que elites de esquerda planejam permitir a entrada de imigrantes nos EUA apenas para reformular a demografia e a composição do eleitorado.

A ideia circulou livremente pela extrema direita e abraçou fortemente o trumpismo e setores do Partido Republicano. Pela teoria difundida pelo apresentador, os americanos brancos são alvo crescente de discriminação; daí justifica-se o pânico pela alteração da composição étnica do país.

Carlson, de 53 anos, alimenta o ressentimento. Criticou a obrigatoriedade das máscaras durante a pandemia, duvidou das vacinas contra a Covid e chamou de patriotas os invasores do Capitólio. Foi descrito pela revista “Time” como o conservador mais poderoso do país.
“Ninguém tem mais peso na política republicana e conservadora do que Tucker Carlson. Ele não reage à agenda; dirige a agenda. É o padrão-ouro para a filosofia americana”, explicou o estrategista republicano Jeff Roe à revista.

Trump foi derrotado, mas Carlson se mantém forte, como o poderoso sustentáculo dos nacionalistas americanos.

DA REDAÇÃO COM G1

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