No quarto dia de atividades da 69ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher (CSW), nesta quinta-feira (13), o Brasil promoveu o debate “Mulheres na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza” para tratar dos impactos dessas mazelas sobre as mulheres em todo o mundo, as principais impactadas, apesar de serem protagonistas na produção de alimentos. Durante o evento, a ONU Mulheres aderiu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, criada durante a presidência brasileira do G20, em 2024.
Em sua fala de abertura, a ministra das Mulheres do Brasil, Cida Gonçalves, afirmou que o combate à fome e à pobreza “é uma persistência do nosso presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva”. “Ele já dizia que não conseguiria ficar feliz, tranquilo, enquanto no mundo e no Brasil, houvesse pessoas que não tivessem três refeições por dia: o café da manhã, o almoço e o jantar. É preciso que o mundo saiba qual é essa dor e que tenha solidariedade com isso”, declarou.
Parcerias para impulsionar resultados
O primeiro painel tratou de parcerias e ações para potencializar resultados da Aliança para superar a fome, a insegurança alimentar e a pobreza de mulheres e meninas. Participaram do diálogo, além da ministra Cida Gonçalves, a vice-membro do Conselho Executivo para Desenvolvimento Social da África do Sul, Bernice Swarts; a diretora regional da ONU Mulheres para América Latina e Caribe, Maria-Noel Vaeza; a secretária do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Valéria Burity; a presidenta do W20 e fundadora da Rede Mulher Empreendedora, Ana Fontes; e a representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Lauren Phillips.
Nutrição em comunidades vulneráveis
O segundo painel do evento brasileiro tratou das mulheres e as conexões entre mudanças climáticas e sistemas alimentares em comunidades vulneráveis à nutrição e ao clima. O painel contou com esclarecimentos da especialista no tema e professora da Universidade de Columbia (EUA) Jéssica Fanzo, que indagou: “estamos preparados para as mudanças climáticas que vêm ocorrendo tão aceleradamente?”. O debate recebeu perguntas das participantes presentes, respondidas por todas as painelistas.
A Aliança
Idealizada pelo Brasil e acatada pela Cúpula do G20, a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza foi instituída com uma abordagem inovadora para a luta contra a fome, a pobreza e a desigualdade e tem como objetivo mobilizar recursos e coordenar ações entre países, instituições e organizações. A missão é erradicar a fome e a pobreza até 2030.
Embora a aliança tenha por objetivo acelerar os esforços na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 1, que trata da Erradicação da Pobreza e o nº 2, sobre a Fome Zero, previstos na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas, ela também apresenta resultados para os ODS nº 5 (igualdade de gênero) e nº 10 (redução das desigualdades).
A aliança conta até o momento com a adesão de 92 países, 45 fundações, 26 organizações internacionais e 10 instituições financeiras internacionais. As parcerias entre governos, instituições filantrópicas e centros de pesquisas resultam em apoios técnico e financeiro para a implementação das políticas de combate à fome e à pobreza.
República Dominicana
A ministra das Mulheres participou, como ouvinte, do Diálogo Interativo de Alto Nível sobre a aceleração da implementação da Plataforma de Ação de Pequim: o papel da Comissão sobre a Situação da Mulher, que aconteceu pela manhã no quarto dia de 69ª CSW.
Cida Gonçalves também se reuniu com a ministra da Mulher da República Dominicana, Mayra Jimenez, com quem tratou sobre parcerias entre os dois países e a possibilidade de assinatura de um acordo de cooperação que preveja troca de experiências em políticas públicas para as mulheres.
Eventos paralelos
Além do evento ocorrido nesta quinta-feira, o Brasil realiza um segundo evento paralelo no âmbito da 69ª CSW, na próxima semana:
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Misoginia on-line: os desafios para enfrentar o ódio e todas as formas de violência e discriminação contra as mulheres, em 18 de março, das 16h45 às 18h, na sala CR12. As inscrições estão encerradas para quem não possui credencial da ONU.