Por Anna karina Spedanieri
A Linha emergencial de crédito anunciada pelo Governo
Federal para financiar folha de pagamento de pequenas e médias
empresas conta com o valor de R$ 40 bilhões e deve beneficiar 1,4
milhão de negócios. Responsáveis por 54% dos empregos formais do país,
as micro e pequenas empresas devem ganhar fôlego para sobreviver
durante a crise provocada pelo novo Coronavírus. O crédito será
destinado a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 10
milhões.
Essa linha vai financiar dois meses da folha de pagamento, com volume
de R$ 20 bilhões por mês que irão diretos para a conta do trabalhador.
De acordo com medida, a empresa que aderir a essa linha fica obrigada
a manter o emprego durante os dois meses de programa. A especialista
em finanças pessoais e para pequenos negócios, Carol Stange, considera
positiva a iniciativa do governo, mas alerta que os empresários
precisam tomar certos cuidados, mesmo que os juros anuais estejam em
torno de até 4% ano.
Pensando justamente nos pequenos empreendedores, ela separou algumas
recomendações para tentar minimizar os impactos nesse momento
complicado de turbulência e baixo movimento:
1. É hora de usar o seu capital de giro. Capital de giro é uma espécie
de Reserva de Emergência da empresa. Eu costumo recomendar que o
pequeno empreendedor tenha em torno de seis meses de capital de giro
disponível para eventuais emergências no negócio.
2. Vale a pena rever seu pró-labore. A retirada mensal do pequeno
empreendedor precisará sofrer ajustes a fim de manter a saúde
financeira da empresa.
3. Corte seus custos e despesas. Não tem como fugir dessa análise.
Agora é a hora de detalhar os custos e despesas e fazer cortes no que
puder. Após o mapeamento, negocie taxas bancárias, diminua custos de
energia elétrica, água, negocie o aluguel, corte o que puder.
4. Classifique suas despesas e custos em essenciais e postergáveis (ou
negociáveis). As essenciais são aquelas que impactam diretamente o seu
negócio, como contas de consumo e internet. As postergáveis ou
negociáveis são aquelas que podem ter seu pagamento adiado por algum
tempo sem grandes prejuízos imediatos. Todo recurso agora é precioso
para fazer o negócio sobreviver à crise, mas lembre-se de que o seu
fornecedor está passando pelo mesmo problema que o seu. Assim sendo,
busque o ganha a ganha.
5. Antecipação de recebíveis: Para as despesas que não podem ser
postergadas ou negociadas, uma saída é solicitar antecipação dos
recebíveis junto ao banco e administradoras de cartão.
6. Priorize produtos e serviços que tenham mais margem. Interrompa as
atividades que geram pouco ou nenum lucro. Produtos e serviços que não
agregam receita nesse momento devem ser retirados do seu portfólio.
7. Segure os investimentos. Não é hora de comprar maquinário, realizar
bem feitorias no imóvel ou contratar pessoas.
8. Levante capital. Aproveite o momento para fazer descontos e
promoções para desovar um eventual estoque parado. O pequeno
empreendedor pode avaliar também a venda de veículos e maquinários
ociosos.
9. Fique atento aos programas de incentivo. Há várias medidas de
apoio ao pequeno empreendedor sendo discutidas e em aprovação. Use-as.
10. Pense fora da caixa. Grandes oportunidades surgiram em meio à
crises econômicas – sempre houve quem viesse além da tempestade e
encontrasse soluções inovadoras para todos. É preciso sangue frio, mas
o momento de readequar e inovar no seu negócio é agora.